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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estudos sobre aids esquecem subtipos de HIV de países pobres

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A resposta ao tratamento da aids depende da variante do vírus que causa a infecção e das características genéticas do próprio paciente. Mas os estudos sobre a doença estão focados apenas nos genes das pessoas e dos subtipos de HIV de países ricos.

O alerta veio de cientistas que participaram de uma discussão sobre os aspectos genéticos da infecção pelo HIV, no 56º Congresso Brasileiro de Genética, realizada no último dia 15 de setembro em Guarujá (SP).

O grande problema é que o subtipo C da doença – o menos estudado – equivale à metade das infecções no mundo. Na Europa e no continente americano, que produzem cerca de 90% das pesquisas sobre a aids, prevalece o subtipo B do vírus.

“A maioria dos estudos feitos com design de drogas anti-HIV hoje é para o subtipo B. Mas diferentes subtipos do vírus HIV têm comportamentos distintos em relação ao coquetel de drogas”, explica o biólogo Marcelo Alves Soares, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Os subtipos “não-B” são os que prevalecem em todo mundo. “Agora, estão se espalhando para os países desenvolvidos”, afirma ele.

O Brasil também é afetado. Há um aumento da incidência de vírus tipo C, principalmente no Rio Grande do Sul.Os cientistas têm tentado entender como a ascendência, o sexo e outros fatores genéticos dos portadores de aids podem afetar a sua resposta à medicação.

Novamente, predominam estudos sobre a população europeia e masculina. “É preciso incluir afrodescendentes e mulheres”, diz a farmacêutica Vanessa Mattevi, da UFCSPA (Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre).

Ela estuda cerca de 600 pacientes para avaliar a predisposição genética para a lipoatrofia, efeito colateral da medicação anti-HIV que leva à perda de gordura no corpo.

Mattevi notou que fatores como idade (adulta) e origem (europeia) são importantes na origem do problema.

Fonte: Folha.com

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