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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Presidente da ABGLT pede providências contra postura homofóbica de deputado

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Bolsonaro: palmada para virar hétero


A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (ABGLT) pediu formalmente à Câmara dos Deputados para que tome providências com relação à postura homofóbica do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), aquele que afirma que filho tem que apanhar para não ser gay.

O pedido foi feito por meio de ofício enviado na última sexta-feira, 26, à deputada federal Iriny Lopes, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Confira na íntegra:

"Senhora Deputada,

Como é de seu conhecimento, a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – é uma entidade de abrangência nacional que congrega 237 organizações congêneres e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população.

Neste sentido, por iniciativa desta Comissão de Direitos Humanos e Minorias, tivemos a oportunidade de colaborar com a realização e também participar do Seminário sobre os Assassinatos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, realizado na Câmara dos Deputados no último dia 24 de novembro. Na ocasião todas as pessoas presentes ficaram sensibilizadas e emocionadas com a apresentação pormenorizada das estatísticas sobre os assassinatos e, em especial, com o depoimento da Sra. Angélica Ivo, mãe do adolescente Alexandre Ivo, assassinado em junho, e com o depoimento da Sra. Viviane Marques, mãe do jovem Douglas Marques, baleado na barriga no Parque Garota de Ipanema após a 15ª Parada LGBT do Rio de Janeiro.

Neste contexto, causa-nos indignação extrema, o pronunciamento atribuído ao deputado federal Jair Bolsonaro, integrante desta Comissão, e noticiado nos últimos dias, no sentido de afirmar “Se o filho começa a ficar assim meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele”... “O pai tem o direito de dar umas palmadas no filho dele. Se o garoto anda com maconheiro, ele vai acabar cheirando, e se anda com gay, vai virar boiola com toda certeza. Nesse momento, umas palmadas nele coloca o garoto no rumo certo”. O Deputado ainda teria afirmado que acha um “absurdo” não ser permitido fazer piadas sobre gays.  “Não venham querer se impor, achar que são uma classe a parte, que são privilegiados”.

Ora, tal postura é incompatível com o papel esperado de um membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, primeiro porque reproduz e endossa o preconceito que em última instância resulta em atos de discriminação e violência contra a população LGBT, e segundo porque fere os preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente, nos termos do artigo 18, entre outros: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”

Assim sendo, vimos requerer que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias discuta e tome eventual providência em face de declarações do deputado Jair Bolsonaro, conforme elencadas acima.

Na expectativa de sermos atendidos, estamos à disposição.
Respeitosamente

Toni Reis
Presidente"


Fonte: Mix Brasil

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