Evasivo nas respostas, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, sinalizou que agregará o combate à homofobia na plataforma de governo, mesmo sob eventuais pressões de grupos religiosos durante a campanha. Após ter recebido um plano de propostas da militância gay em reunião na última quinta-feira, 24, ele classificou como "contradição fictícia" o que existe entre os temas e negou dificuldades em conciliar as duas agendas.
"Não há contradição entre liberdade religiosa e direitos civis. Infelizmente, desde 2010, percebe-se um retrocesso no debate na sociedade sobre o tema, estimulando essa contradição fictícia", disse. "Nós devemos lutar para que a comunidade LGBT tenha seus direitos assegurados. Que toda a forma de violência seja repudiada. Me parece ser uma direção muito correta".
Do outro lado, Haddad sofre com pressões das lideranças religiosas, que seu cobram distanciamento do tema em troca de apoio na campanha. Entre os grupos mais conservadores, o ex-ministro tem o nome atrelado ao kit anti-homofobia, material criado por uma ONG na gestão do petista no Ministério da Educação, ao qual são avessos. No plano de propostas entregue na última quinta, a militância pede o resgate deste projeto engavetado pela presidente Dilma Rousseff, por pressões da bancada evangélica no Congresso.
As propostas apresentadas na reunião pregam o combate à homofobia em cinco eixos da administração: na educação, na cultura, na saúde, no transporte e no trabalho. Em educação, por exemplo, o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay - como ficou conhecido o material do MEC.
Na área da saúde, o texto sugere o uso do nome social no SUS. Freire quer ainda que a criminalização da homofobia vire bandeira da campanha.
Fonte: Estadao.com
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