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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Câmara dos Deputados marca audiência sobre "cura da homossexualidade"

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Com religiosos fundamentalistas, todo cuidado é pouco! É impressão, ou eles parecem obcecados em minar os direitos dos LGBTs?

O leitor poderá tirar suas conclusões ao ser informado sobre o mais recente capítulo dessa "guerra santa", que deverá se desenrolar no próximo dia 28 de junho - data em que, no mundo todo, se comemora o Orgulho Gay! -, no Anexo II, Plenário 7, da Câmara dos Deputados.


Por iniciativa dos parlamentares evangélicos - e pastores - Roberto de Lucena (PV-SP) e Marco Feliciano (foto) (PSC-SP), está sendo convocada, para 28/06, às 9h30, uma audiência pública na Comissão de Seguridade e Família para discutir o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 234/2011.


Para quem não sabe, o que esse projeto tenta fazer é sustar o artigo 4º e o parágrafo único do artigo 3º da Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia. O parágrafo único do artigo 3º diz que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades". Já o artigo 4º sustenta que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".


Os convidados para discutir o projeto demonstram o intuito dos deputados. Além do presidente do CFP, Humberto Verona, e do procurador-geral do Trabalho, Luís Antônio Camargo de Melo, foram convocados ninguém menos que a psicóloga
Marisa Lobo, que está sob investigação no Paraná justamente por conta desses artigos; Luciano Garrido, psicólogo para quem o CFP possui uma "aliança", imoral, com o movimento gay; e Claudemiro Soares, autor do livro A Homossexualidade Masculina, para quem ser gay é escolha e passível de ser alterada.

Excluindo-se a presença do presidente do CFP, ninguém foi convidado para falar em defesa dos interesses dos homossexuais no assunto. Por conta disso, a ABGLT -Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais lançou hoje uma nota de repúdio e pediu ao CFP que não participe da audiência, que já consta publicada no site da
Câmara.

E aí: existe ou não a tal obsessão?

Fonte: A Capa

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