A Comissão de Seguridade Social e Família realiza, nesta terça-feira
(27), às 14h30, audiência pública para debater o tratamento psicológico
da homoafetividade. Os interessados em participar da discussão poderão
enviar perguntas por meio do portal e-Democracia.
As perguntas serão encaminhadas ao presidente da Mesa, durante a
audiência, que se encarregará de fazer os questionamentos aos
participantes.
A audiência foi solicitada pelo deputado Mandetta (DEM-MS). O
objetivo é debater o Projeto de Decreto Legislativo 234/11, do deputado
João Campos (PSDB-GO), que suspende resolução do Conselho Federal de
Psicologia que impede os psicólogos de exercer qualquer ação que
transforme a orientação sexual de alguém em patologia. Ou seja, pela
resolução do Conselho, de 1999, não é possível tratar e tentar curar a
homossexualidade. O projeto quer sustar o texto, sob a alegação de que
extrapola a competência da instituição.
Apesar de antiga, a norma do Conselho de Psicologia ainda divide
opiniões. Na Câmara, o assunto já foi debatido em duas audiências
públicas da Comissão de Seguridade, onde o projeto está sendo analisado.
O relator é o deputado Roberto de Lucena (PV-SP).
Para esta audiência, foram convidados:
- o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo;
- o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis (ABLGBT);
- o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Cota Verona; e
- a psicóloga Marisa Lobo.
- o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo;
- o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis (ABLGBT);
- o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Cota Verona; e
- a psicóloga Marisa Lobo.
Segunda o deputado Mandella, a ideia é ouvir convidados com
diversidade de opiniões sobre a matéria, para que os integrantes da
comissão possam construir sua visão sobre a matéria e votar o projeto.
“Deve ser considerada a multidisciplinaridade do assunto, com seus
aspectos científicos e sociais”, destacou.
Polêmica
Para o presidente da ABLGTB, Toni Reis, que já participou de outra audiência na comissão, prometer cura para o que não é doença – no caso para a homossexualidade – é charlatanismo. Na mesma audiência, a representante do Conselho Federal de Psicologia Ana Paula Uziel também afirmou que não é possível falar em tratamento ou cura da homossexualidade, justamente porque ela não pode ser considerada doença. Para Ana Paula, a liberdade de atuação profissional deve ter limites.
Para o presidente da ABLGTB, Toni Reis, que já participou de outra audiência na comissão, prometer cura para o que não é doença – no caso para a homossexualidade – é charlatanismo. Na mesma audiência, a representante do Conselho Federal de Psicologia Ana Paula Uziel também afirmou que não é possível falar em tratamento ou cura da homossexualidade, justamente porque ela não pode ser considerada doença. Para Ana Paula, a liberdade de atuação profissional deve ter limites.
O representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)
Francisco Cordeiro ressalta que, desde 1990, a homossexualidade não
consta na Classificação Internacional de Doenças (CID). Segundo ele, as
mudanças na classificação são feitas a partir de um trabalho criterioso
de especialistas e pesquisadores que se reúnem para discutir o que pode e
o que não pode ser considerado doença. Cordeiro explica também que a
lista é ratificada pelos países signatários da Organização das Nações
Unidas (ONU).
Porém, para a psicóloga Marisa Lobo, que já falou à comissão e
retorna nesta terça-feira, não definir a homossexualidade como uma
doença é um argumento questionável. Ela salienta que a retirada da
homossexualidade da CID em 1990 aconteceu por votação, o que indicaria
um caráter não científico dessa decisão: “A ciência ainda não tem
entendimento do que é a homossexualidade. Não há pesquisa que comprove
que a homossexualidade é genética.” Marisa Lobo defende a possibilidade
de aos homossexuais procurarem orientação profissional sobre sua
condição sexual.
Essa também é a opinião da psicóloga Rozângela Justino, que acusa o
Conselho Federal de Psicologia de perseguição e discriminação. Desde
2009, ela foi proibida de atender pessoas com, em suas palavras, “desejo
de deixar a atração pelo mesmo sexo”. Rozângela atuou na área durante
27 anos, mas depois de ser punida pelo conselho com uma censura pública,
deixou de exercer a profissão.
Fonte: Agência Câmara Notícias
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