Não é só a economia, stupid!
Não creio que a decisão de apoiar o casamento gay tenha custado qualquer angústia ou incerteza moral ao presidente Obama. Certamente o apoio explícito ocorreu após detalhada avaliação política e análise conjuntural. Até mesmo histórica.
O apoio da família veio pelas filhas, que têm colegas com pais homossexuais. O vice Joe Biden já dera entrevista apoiando. Um em cada seis grandes doadores dos democratas é gay. Um dia após a declaração a favor entraram US$ 15 milhões a mais de doações.
Hoje já existem dados apontando que 50% dos americanos consultados apoiam o casamento gay contra 49% que são contra. Uma enorme diferença em cinco anos, quando somente 39% dos entrevistados eram favoráveis. Ou em 1968 quando 65% eram contra.
Apesar dessa mudança de opinião alguns Estados americanos estão atualmente votando legislações a favor da proibição do casamento gay. Há na população americana um divisor de águas que caminha de mãos dadas: comportamento e política econômica.
Obama resolveu que o momento é agora. Por que agora?
Obama candidato na primeira vez era o símbolo da esperança, de um mundo mais justo e da mudança para mais e melhores empregos. A conjuntura econômica não permitiu. Pior. Ele se saiu relativamente bem frente ao que enfrentou, mas o rame-rame do cotidiano apagou o ânimo e brilho do "Yes, we can".
Ganhar eleições é acertar nos sonhos que povoam corações e mentes. Sonhos só se alimentam quando o sonhado é possível. A ousadia da primeira campanha, assim como a esperança, pode ser recuperada com ações imprevistas que mexam no status quo e indiquem que é permitido continuar querendo. O novo slogan de Obama "Forward" (adiante) é exatamente isso.
A maioria dos analistas não crê que o assunto desvie a pauta da economia. Principalmente porque, se Obama quer desviar o foco dessa questão na qual não cumpriu metas e conseguiu enquadrar seu rival como "protetor dos ricos", o adversário também sabe que seus votos só virão com luz brilhando no túnel da economia.
Obama sai a favor do casamento gay para retomar a empolgação de parte do seu eleitorado. Não somente os gays, mas de jovens que querem mais sintonia com o século 21.
Isso posto, resta a triste lembrança da nossa última campanha presidencial e a que se descortina na municipal. Na próxima quarta, ocorrerá a 3ª Marcha Contra a Homofobia, em Brasília, e, na véspera, um seminário organizado pelo meu gabinete no Senado sobre o mesmo tema.
Quantos anos ainda para nossas pesquisas mudarem e assim também os nossos políticos?
Não creio que a decisão de apoiar o casamento gay tenha custado qualquer angústia ou incerteza moral ao presidente Obama. Certamente o apoio explícito ocorreu após detalhada avaliação política e análise conjuntural. Até mesmo histórica.
O apoio da família veio pelas filhas, que têm colegas com pais homossexuais. O vice Joe Biden já dera entrevista apoiando. Um em cada seis grandes doadores dos democratas é gay. Um dia após a declaração a favor entraram US$ 15 milhões a mais de doações.
Hoje já existem dados apontando que 50% dos americanos consultados apoiam o casamento gay contra 49% que são contra. Uma enorme diferença em cinco anos, quando somente 39% dos entrevistados eram favoráveis. Ou em 1968 quando 65% eram contra.
Apesar dessa mudança de opinião alguns Estados americanos estão atualmente votando legislações a favor da proibição do casamento gay. Há na população americana um divisor de águas que caminha de mãos dadas: comportamento e política econômica.
Obama resolveu que o momento é agora. Por que agora?
Obama candidato na primeira vez era o símbolo da esperança, de um mundo mais justo e da mudança para mais e melhores empregos. A conjuntura econômica não permitiu. Pior. Ele se saiu relativamente bem frente ao que enfrentou, mas o rame-rame do cotidiano apagou o ânimo e brilho do "Yes, we can".
Ganhar eleições é acertar nos sonhos que povoam corações e mentes. Sonhos só se alimentam quando o sonhado é possível. A ousadia da primeira campanha, assim como a esperança, pode ser recuperada com ações imprevistas que mexam no status quo e indiquem que é permitido continuar querendo. O novo slogan de Obama "Forward" (adiante) é exatamente isso.
A maioria dos analistas não crê que o assunto desvie a pauta da economia. Principalmente porque, se Obama quer desviar o foco dessa questão na qual não cumpriu metas e conseguiu enquadrar seu rival como "protetor dos ricos", o adversário também sabe que seus votos só virão com luz brilhando no túnel da economia.
Obama sai a favor do casamento gay para retomar a empolgação de parte do seu eleitorado. Não somente os gays, mas de jovens que querem mais sintonia com o século 21.
Isso posto, resta a triste lembrança da nossa última campanha presidencial e a que se descortina na municipal. Na próxima quarta, ocorrerá a 3ª Marcha Contra a Homofobia, em Brasília, e, na véspera, um seminário organizado pelo meu gabinete no Senado sobre o mesmo tema.
Quantos anos ainda para nossas pesquisas mudarem e assim também os nossos políticos?
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