O militante LGBT Renildo Barbosa receberá, no próximo dia 16 de maio, às 16h, o título de Cidadão Soteropolitano, concedido pela Câmara de Vereadores da capital baiana no Centro de Cultura da Casa (Praça Municipal). Renildo é natural de Entre Rios e vive em Salvador desde 1999, quando chegou com o sonho de trabalhar e cursar Turismo e Hospitalidade, curso oferecido pelo então CEFET, hoje IFBA. A proposta foi encaminhada pela vereadora Vânia Galvão (PT) e aprovada por unanimidade pela mesa diretora da Câmara.
“Na verdade, o prêmio é pelas ações em defesa de causas, especialmente LGBT, crianças e adolescentes, atuação nos conselhos”, lembrou o ativista.
HISTÓRICO DE MILITÂNCIA
Renildo milita nos movimentos sociais desde os 13 anos, em grupos de adolescentes e jovens, grêmios estudantis e grupos políticos, acumulando mais de 20 anos de militância. É filho de mãe solteira, a lavadeira Crispiniana Barbosa, popularmente conhecida como “Dona Mocinha”.
Sua infância humilde o levou a participar de grupos religiosos e se motivasse a integrar grupos de jovens, grêmios estudantis, além da participação ativa em eventos e ações comunitárias, tanto nas datas cívicas, quanto no voluntariado.
Muito cedo, Renildo teve consciência da sua orientação sexual e a necessidade de lutar por uma vida mais digna, o que levou a atuar junto a grupos e associações de defesa dos direitos humanos, uma vez que o interior não possuía grupos de defesa LGBT;
A partir daí, a defesa de ideologia política – Socialista – e a participação em partido, desde os 13 anos, fez com que, por diversas vezes, ele tenha tirado do lanche o dinheiro para cópias de mensagens de candidatos ou protesto. Participou de enfrentamentos a chamados “Coronéis” e seus pistoleiros pelos protestos que participou e liderou em busca de pagamento das bolsas que as prefeituras deviam.
Defendeu, junto a grupos populares, religiosos e de sindicatos, o correto uso da terra e proteção ao meio ambiente no período da ocupação desordenada por empresas de reflorestamento e plantio de eucalipto.
Atuou como Educador a partir de 17 anos, quando concluiu o antigo 2º grau, em Cardeal da Silva, e promoveu eventos culturais e artísticos em Entre Rios, Cardeal da Silva, Esplanada e Acajutiba.
Foi bolsista no Colégio Cenecista Professora Isabel Chaves Almeida, mantido pela CNEC, concluindo o curso Técnico em Contabilidade em 1994. Iniciou sua vida acadêmica na Faculdade Visconde de Cairu, no curso de Adminsitração com Marketing, passando pela Unifacs e Faculdade Salvador e Faculdade 2 de Julho.
Desenvolveu diversas atividades como empreendedor e, devido à discriminação no mercado de trabalho, por não negar sua orientação sexual, vendeu picolés e lanches, realizado serviços gerais, trabalhado em salão de beleza e vendendo revistas em barraca, através de programa governamental.
Renildo foi também um dos membros fundadores da Campanha reaja ou será Mort@. Participou de diversas Conferências, sendo integrante do organização de algumas, como a CONSEG, LGBT e de Crianças e Adolescentes, tendo expressiva votação e participação em todas as etapas (municipal, estadual e nacional). Participou de campanhas políticas vitoriosas das Vereadoras Vânia Galvão e Leo Kret do Brasil. Atuou como chefe de gabinete da Vereadora Leo Kret do Brasil até 2010.
Ocupou a Diretoria Nacional LGBT do Coletivo Nacional de Entidades Negras e integra o Comitê Nacional da campanha “Criança não é de Rua”. Faz parte da Equipe atual do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte – PPCAAM.
Atua como Voluntário de organizações não governamentais como a Instituição Beneficente Conceição Macedo – IBCM, Instituição Família, GAEC, Omodora, Ilê Axé Abassá de Ogum, dentre outras, prestando ainda assessoria para a criação de grupos e fortalecimento institucional de entidades em toda a Bahia.
Atualmente, Renildo participa desde então de diversas atividades sociais e luta contra a homofobia, racismo, sexismo e discriminação, em defesa dos Direitos Humanos. Atua no movimento estudantil, contra o extermínio da juventude, contra a intolerância religiosa, no Movimento de ONG/AIDS, com População em situação de rua e na defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Fonte: Dois Terços
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