Irmãos foram agredidos ao saírem de evento na cidade baiana. Vítima deixa mulher grávida de quatro meses. Sobrevivente pede justiça.
Emocionado e ainda se recuperando dos ferimentos sofridos, o jovem José Leandro da Silva, de 22 anos, descreve nesta quarta-feira (27) o momento em que soube da morte do irmão gêmeo, três dias após uma série de agressões que os dois passaram em Camaçari, município na região metropolitana de Salvador. "Senti meu coração parar, senti que tinha perdido algo. Minha irmã disse que eu tinha que ser forte. Eu pensava que meu irmão estava vivo, foi uma dor muito grande, meu irmão era tudo para mim, companheiro, amigo... Nossa ligação era muito forte", diz.
Os gêmeos foram agredidos ao andarem abraçados próximo a um evento junino na madrugada de domingo (24). A delegada Maria Tereza Santos Silva, que está à frente das investigações, diz que trabalha com a suspeita de homofobia. Leandro também acha que não há outra justificativa para as agressões, mas não compreende porque foram confundidos com um casal homossexual.
"Acho que foi homofobia, achavam que a gente era gay, mas não entendo, éramos gêmeos idênticos, era evidente que éramos irmãos. Eu apenas coloquei a mão em cima do ombro dele! Sempre fomos do bem, honestos, nunca nos envolvemos com nada errado, drogas... Até mesmo na festa, não teve nenhuma confusão, não mexemos com a mulher de ninguém", observa Leandro.
Leonardo era casado e deixa a esposa grávida de quatro meses. Já Leandro está solteiro e tem uma filha de quatro meses.
Agressões
Além de perder o irmão, Leandro teve o maxilar quebrado em três lugares, quase teve o olho esquerdo perfurado e ainda terá que ser submetido a uma cirurgia. "Meu rosto está bem ferido, roxo. Sinto muita dor na cabeça e nas costas. Não consigo entender, estávamos saindo da festa, indo para casa, quando fomos surpreendidos. A gente nem viu de onde eles vieram, já chegaram batendo, chamando a gente de mulherzinha. Tentamos correr, mas eles tinham punhal, faca, pedra...", lembra Leandro.
Além de perder o irmão, Leandro teve o maxilar quebrado em três lugares, quase teve o olho esquerdo perfurado e ainda terá que ser submetido a uma cirurgia. "Meu rosto está bem ferido, roxo. Sinto muita dor na cabeça e nas costas. Não consigo entender, estávamos saindo da festa, indo para casa, quando fomos surpreendidos. A gente nem viu de onde eles vieram, já chegaram batendo, chamando a gente de mulherzinha. Tentamos correr, mas eles tinham punhal, faca, pedra...", lembra Leandro.
Segundo a delegada da 18ª Delegacia de Camaçari, oito homens participaram das agressões e cinco deles estão detidos na unidade policial.
Vida em Camaçari
O enterro de Leonardo, irmão de Leandro, foi realizado em Ibimirim, Pernambuco, onde a maior parte da família vive. Em 2006, Leandro conta que se mudou para Camaçari, local onde uma de suas irmãs mora, em busca de oportunidade de trabalho. Leonardo seguiu para a cidade logo depois.
O enterro de Leonardo, irmão de Leandro, foi realizado em Ibimirim, Pernambuco, onde a maior parte da família vive. Em 2006, Leandro conta que se mudou para Camaçari, local onde uma de suas irmãs mora, em busca de oportunidade de trabalho. Leonardo seguiu para a cidade logo depois.
Os irmãos trabalhavam juntos em uma fábrica de telhas do município. "Vou para Camaçari, mas vai ser muito difícil voltar à rotina. A sensação é de que vou vê-lo em todo lugar... Ele era muito inteligente, eu o admirava. Trabalhava como operador de empilhadeira e eu como ajudante de produção. Quero justiça, que eles paguem pelo que fizeram, esse crime não pode ficar impune", espera.
Fonte: G1
3 comentários:
Por favor não deixe esse crime em pune...
DE AGORA EM DIANTE OS HETEROS VAO SENTIR NA PELE O PESO DA HOMOFOBIA..INFELIZMENTE
Espero q tenha sido apenas um comentário infeliz,mesmo porque ninguém merece 'sentir na pele o peso da homofobia' ou de quaisquer preconceitos. Vivemos em um país livre,plural em q todos devem respeitar uns aos outros.
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