“Enquanto nordestinos sabemos quanto é valoroso nos apropriarmos do saber. E aqui na UNEB estamos desenvolvendo um processo de discussão sobre sexualidade. Mas ainda precisamos pensar as questões que envolvem a diversidade de gênero e os direitos humanos com mais rigor.”
Com essas palavras a professora da UNEB Suely Messeder deu as boas-vindas ao público e iniciou os debates do I Seminário Metodologia de Pesquisa em Sexualidade, Gênero e Direitos Humanos. A cerimônia de abertura aconteceu na manhã de hoje (29), no auditório do Ministério Público do Estado (MP-Ba), em Salvador.
O evento, uma iniciativa do programa multi-institucional, multidisciplinar de treinamento em metodologia de pesquisa em sexualidades, gênero e direitos humanos da universidade, conta ainda com a realização concomitante de um treinamento sobre o tema.
A programação das ações se estende até este domingo (3), com atividades sediadas nos auditórios do MP, da Câmara Municipal de Vereadores de Salvador e do Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia) da UNEB.
A conferência de abertura, intitulada sexualidade na abordagem das ciências sociais, foi ministrada pela professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Maria Luiza Heilborn (foto ao lado), que coordena o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (Clam).
Para Maria Luiza, é importante discutir a sexualidade porque ela reflete o comportamento social, “traduzindo valores e cultura que representam uma coletividade, não apenas um indivíduo”.
Márcia Teixeira, promotora do MP e coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (Gedem) do ministério, elogiou a parceria com a universidade: “A aproximação com a academia dá uma nova dimensão do que significa a sexualidade e mostra-nos uma diversidade de direitos que precisamos dar uma maior atenção”.
Também prestigiaram o evento a diretora do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) do Campus XIX (Camaçari) da UNEB, Ana Maria Maciel, do vice-coordenador do mestrado em crítica cultural da universidade, Paulo Garcia, do coordenador do Doutorado Multi-Institucional, Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento, Dante Galeffi, e do presidente da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (Abeh), Leandro Colling.
Participação de pesquisadores de todo país
A programação reúne seis mesas-redondas, com pesquisadores de vários estados brasileiros, com debates sobre gênero e direitos humanos, o corpo, religiosidade, musicalidades e relações interraciais, estado, nação, branquitude e africanidades.
Entre os convidados do evento estão os especialistas Laura Moutinho, Eliane Maio, Nádia Nogueira, Rosa Oliveira, Irina Bacci e Joselina Silva, que vão participar das mesas de discussão.
“Todos devem se sentir envolvidos na temática sem as famosas dicotomias, que colocam de um lado a heterossexualidade e do outro a homossexualidade”, ponderou a coordenadora do seminário Suely Messeder, que ocupa o cargo de primeira secretária da Abeh.
As atividades contam com o apoio das pró-reitorias de Pós-Graduação (PPG) e de Extensão (Proex) da UNEB, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), da Secretaria da Justiça Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e do MP.
O programa, que promove ainda pesquisas sobre temas como masculinidade em corpos femininos e suas vivências, é vinculado ao DCHT do Campus XIX, sob coordenação do grupo de pesquisa Enlace e participação do Doutorado Multi-Institucional, Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento e do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural (Pós-Crítica) do Campus II (Alagoinhas).
Fonte: Uneb
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