Nesse 28 de junho, dia em que as pessoas LGBT abraçam a bandeira do arco-íris e dizem “Sim, eu tenho orgulho de ser LGBT”, o Diadorim – Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidades da Universidade do Estado da Bahia vem a público repudiar a homofobia, em uníssono com todos os segmentos sociais que exigem a criminalização das agressões que cotidianamente atingem os homossexuais no Brasil.
Em dezembro de 2010 uma pesquisa sobre preconceito realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, apontou que só 1% dos brasileiros maiores de 16 anos não tem preconceito contra homossexuais. Naquele mesmo ano, pesquisa feita pelo Diadorim na Parada Gay de Salvador constatou que mais de 68% dos homossexuais entrevistados sofreram, ao longo da vida, algum tipo de agressão por conta da sua condição sexual.
Confirmando estes dados, ao longo de 2011, observou-se uma escalada sem precedente dessas violações, conforme levantamento do Grupo Gay da Bahia, tendo como resultado a morte de 266 homossexuais, vitimados pelo preconceito e pelo não reconhecimento da cidadania LGBT. Porém, essa sanha homofóbica não ficou restrita àqueles(as) que professam o amor entre iguais. Em julho de 2011, no interior de São Paulo, pai e filho foram brutalmente espancados ao serem tomados como gays, expressando um fenômeno de vigilância e agressão que se fez novamente presente no último dia 24, quando um rapaz heterossexual, confundido como homossexual por outros heterossexuais, perdeu a vida em terras baianas. Isto nos permite afirmar que a homofobia no Brasil tem ultrapassado os limites da sexualidade, materializando-se em um ódio contra todas as manifestações de afetividade, quer seja entre nós homossexuais, quer seja entre eles – heterossexuais. E assim é a violência que nos iguala.
Em tempos de homofobia fora de foco, vivemos a crueldade explícita em atos de covardia como o que ceifou a vida de José Leonardo e no silêncio sorridente do Estado diante da corriqueira matança dos LGBT, configurando um calendário de cortes de vidas, de sonhos, de possibilidades.
Diante disto, nós do Nugsex – Diadorim conclamamos a união de forças contra a homofobia a fim de evitar que outros – homossexuais ou heterossexuais – sejam vítimas da violência expressa por uma não conformidade com a identidade de gênero dominante.
Queremos viver e amar, temos orgulho do que o dia 28 de junho representa, mas a garantia de uma vivência diária deste orgulho implica numa luta também diária. Somos lésbicas, somos gays, somos travestis, somos transexuais, somos bissexuais, somos cidadãos e cidadãs e exigimos o direito à vida e ao amor.
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