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sábado, 20 de março de 2010

General americano culpa soldados gays holandeses por massacre

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WASHINGTON (AFP) - O general americano do Corpo de Marines e ex-comandante da Otan, John Shehaan (foto), afirmou, na noite de quinta-feira no Congresso, que a incapacidade de soldados holandeses da Força de Paz da ONU de impedir o massacre de Srebrenica, em 1995, pode ser explicada, em parte, pela presença de homossexuais em suas fileiras

Estas conclusões foram vigorosamente rejeitadas pela embaixada da Holanda nos Estados Unidos.

John Shehaan falou sobre o assunto durante uma audiência no Parlamento dedicada à lei batizada de "Don't ask, don't tell" ("Não pergunte, não diga", numa tradução literal"), que impõe aos militares homossexuais americanos não revelar sua orientação sexual e a qual o presidente Barack Obama prometeu revogar.

Após a queda da União Soviética, "países como a Bélgica ou Holanda acreditavam que não havia mais necessidade de forças de combate", o que acarretou uma "liberalização de suas forças armadas, aí compreendida a abertura a homossexuais declarados, com as tropas mais concentradas nas operações de manutenção da paz", declarou o general da reserva.

"Em consequência, as forças armadas estavam mal preparadas para a guerra", destacou, citando o exemplo de Srebrenica (leste da Bósnia).

"Quando os holandeses receberam ordens de defender Srebrenica contra os sérvios, o batalhão estava mal equipado, debilmente dirigido. Os sérvios chegaram, algemaram os soldados e os amarraram a postes telefônicos ordenando sua execução", contou o general quatro estrelas.

Segundo ele, o comandante do Estado-Maior do Exército holandês na época disse a ele que a presença de soldados homossexuais no batalhão representava "uma parte do problema".

No dia 11 de julho de 1995, cerca de 8.000 homens e jovens muçulmanos foram mortos após a tomada do enclave bósnio de Srebrenica pelas forças sérvias da Bósnia, apesar da presença dos Capacetes Azuis holandeses enviados pela ONU para proteger os civis.

A embaixadora da Holanda em Washington, Renée Jones-Bos, protestou calorosamente contra essas alegações, em comunicado enviado à AFP.

"A missão militar de soldados holandeses da ONU em Srebrenica foi estudada e avaliada de forma exaustiva em nível nacional e internacional. Nada nos relatórios sugere uma ligação entre os homossexuais que serviam ao exército e o massacre de muçulmanos bósnios", escreveu ela na nota.

"Estou orgulhosa do fato de gays e lésbicas servirem há décadas nas forças armadas holandesas, como é o caso atualmente, no Afeganistão", acrescentou.

O senador americano Carl Levin, presidente da Comissão de Defesa, também mostrou-se indignado com as alegações do general Shehaan.

Fonte: Yahoo Notícias

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