Ficar pelado na porta do Congresso, Usar luto nas manifestações, Queimar Revistas que detonam com o Movimento, Fazer lista de Outing de Vips, são algumas ações que o Movimento já nao faz mais. Todos os argumentos são usados para falar contra antigas táticas do movimento: somos contra o vitimismo, não queremos um movimento parecido com a inquisição, somos um movimento sério para aderirmos ao Nú.Veja o caso do GGB. Marcelo Cerqueira e Luiz Mott, protogonizaram a queima da foto do Papa na Bahia, há pouco tempo atrás, Hoje são contra a queima da Revista Veja.A Metodologia que valia para a foto do Papa , já nao vale para a Veja.
Ao mesmo tempo, o movimento de direita LGBT também saiu do armário. Não são pouco os casos de lideranças que se colocam contra o socialismo, contra Lula, contra o marxismo e até usam da prática da antiga direita de associar o nome de líderes populares da esquerda , como Lula ao Homofobico presidente do Irã.
Por outro lado, o Movimento dos Fundamentalistas Religiosos cresce numa velocidade vertiginosa. Infiltrados nos tres poderes, tentam a todo custo impedir os avanços LGBT.
Muitas das lideranças do antigo MHB, Hoje estão exercendo cargo público na Gestão e trocam o velho discurso do ¨é possível e preciso fazer¨ pelo ¨temos poucos recursos e pouco tempo de gestão, mas aos poucos estamos fazendo¨.
A ABGLT , maior e mais organizada rede nacional de LGBT de um país do Mundo, tem sido a grande vanguardista do movimento, que antes era protogonizado pelo antigo Encontro Brasileiro de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgeneros - EBGLT. A ABGLT foi capaz de definir um projeto que conseguiu realizar a primeira conferencia nacional LGBT no mundo, e levar o maior líder Popular , Presidente Lula a falar no evento e pós evento sobre a importância desta comunidade. Depois de ensinar ativistas a organizar-se em suas cidades em Ongs, partindo de 10 no Brasil de 2000 para mais de 237 em 2010, através do projeto somos e somos-lés, a ABGLT agora qualifica o debate político.
Se antes era ensinado as novas lideranças que o evento parada LGBT era a manifestação política de rua com maior possibilidade de avançarmos nos nossos direitos, hoje a ABGLT traz um novo marco para o Movimento, construindo a Marcha contra a Homofobia, que pretende ser menor em quantidade e maior em qualidade de participação, e com pauta específica e política: Fim do Fundamentalismo Religioso, garantia do Estado Laico, Aprovação do PLC 122, Julgamento no STF das ações LGBT e execução do Plano Nacional LGBT.
A Velha sopa de letrinhas da década passada, das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, trangeneros, intersex, Drags, Ursos, Go-Go Boys, aos poucos é substituída pela consistente idéia da paridade de genero, onde as identidades masculinas e femininas estejam expressas. Ao mesmo tempo, as identidades sexuais no MLGBT vão se cristalizando. As travestis são só travestis, não querem ser mulheres apenas. As transexuais passam a ser mulheres, mas ¨em defesa das outras¨ continuam no interior do movimento aceitando ser chamadas de Transexuais.
O Movimento da Diversidade Sexual lançado nas Universidades , nao tem conseguido quebrar a força do Movimento LGBT e todas as tentativas de desconstruir as identidades LGBT, por uma mais Queer. Ao mesmo tempo, os intermináveis debates sobre as masculinidades e feminilidades nao estão dando conta de conter a ampliação da Homofobia nas Universidades, novidade nestes anos 2010. Estudantes propondo jogar fezes em Gays, casais do mesmo sexo impedidos de namorar em universidades. A resposta do Movimento estudantil da diversidade sexual tem sido a realização de beijaços enquanto o movimento LGBT procura as esferas Judiciais e políticas para resolver estes problemas.
Ao mesmo tempo, enquanto a sociedade brasileira carece de uma conceituação teórica do que é Homofobia , o que são crimes homofóbicos, a Universidade continua produzindo conhecimento da sexualidade para si mesma, elaborando pesquisas sobre a pegação gay em terminais de onibus, a origem dos nomes estrangeiros das travestis.Homocultu ra , Homoafetividade e Homoparentalidade são conceitos que a Universidade amplia, enquanto que do lado de fora, na sociedade, a cada dois dias um LGBT, segundo o GGB, é assassinado no País. Até agora a Universidade nao deu uma contribuição sequer para a redução desta violencia letal, não faz pesquisas nacionais e nem coleta dados sobre este tema, prefere ficar no fácil campo da busca das relações de união estável e adoção de crianças por casais Homos.
O Grande desafio do Movimento para os próximos 10 anos, quando o Brasil deve se tornar a tão sonhada grande potencia, é criar aqui climas sociais favoráveis as relações de diversidade Humana. Estatuto da Cidadania LGBT, garantindo 70 direitos civis, ainda discriminados no Brasil, criando políticas de Estado para a comunidade LGBT; substituição das terceirizadas ações das Ongs para prefeituras e Governos estaduais, como centros de referência, espaços de distribuição de preservativo, pontos de culturas, escolas de Drags, central de fcapacitação de professores e pessoal da segurança pública. O movimento sabe que só se manterá em pé se conseguir conciliar as festas grandiosas das paradas, com ações cada vez maior de monitoramento e controle social da políticas públicas.
Léo Mendes - Diretor da ABGLT
0 comentários:
Postar um comentário