Data relembra retirada do termo “homossexualidade” da classificação de doenças
Nesta segunda-feira (17) comemora-se o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, instituído para relembrar a data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o termo “homossexualidade” da classificação de doenças. Por iniciativa da vereadora Marta Rodrigues (PT), a Câmara Municipal promoveu sessão especial, na quarta-feira (12) à noite, no Plenário Cosme de Farias, com o objetivo de marcar a data e mobilizar para a 1ª Marcha Nacional LGBT, que deverá reunir centenas de militantes do movimento em Brasília.
As vitórias na luta pela cidadania LGBT e o recrudescimento da violência no interior do Estado, principalmente contra travestis, foram temas comuns a todos os oradores do evento.
A mesa de trabalho contou com a participação do secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira; da coordenadora de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Márcia Misi; do presidente do Grupo Liberdade, Igualdade e Cidadania Homossexual (GLICH), Fábio Ribeiro; do coordenador do grupo para criação da Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento da Homofobia da OAB-BA, Filipe Garbelotto; e Keila Simpson, vice-presidente da ABGLT e militante da Associação de Travestis de Salvador (Atras).
Conquistas
Segundo Marta Rodrigues, apesar da homofobia ainda ser uma realidade no Brasil, com inúmeros registros de agressões e assassinatos de homossexuais, pontos positivos da luta precisam ser ressaltados. Entre eles, a absolvição do tenente Ícaro Ceita no processo movido contra ele na Justiça Militar da Bahia, por ter assumido sua homossexualidade.
Além disso, a vereadora destacou a permissão da adoção de uma criança por um casal de mulheres no Rio Grande do Sul; a convocação a entidades da sociedade civil para integrar o Comitê Estadual LGBT; o plano de saúde lançado pelo governo federal para o segmento; e a inclusão de parceiros homoafetivos como dependentes nos planos de saúde, por orientação da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Rejeição familiar
O pronunciamento que mais emocionou os participantes da sessão foi o do presidente do GLICH, Fábio Ribeiro, de Feira de Santana, que narrou como sofreu “na pele” a homofobia. Foi expulso de casa aos 17 anos de idade, quando assumiu para a família que era gay: “O pior é que não é só a homofobia visível, de agressões e assassinatos, mas também a rejeição que sofremos da família, da sociedade. Não podemos sequer manifestar carinho em público. Não temos um mínimo de cidadania, nem andar de mãos dadas podemos”.
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