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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Transexual diz que foi vítima de preconceito em festa na Bahia

1 comentários

Cantora afirma que foi agredida e expulsa do local. Estabelecimento nega agressão e diz que festa era particular.
Luciana Rossetto, do G1

Uma cantora transexual diz que foi agredida e expulsa de uma festa realizada no boliche de um shopping em Porto Seguro (BA), por preconceito. Jéssica Lacerda (foto) diz que fez exames de corpo de delito e que registrou dois boletins de ocorrência. O primeiro na delegacia civil, no dia 14 de junho, e o outro, nesta terça-feira (22), na Delegacia da Mulher. Procurada pelo G1, a Delegacia da Mulher diz que não fornece informações sobre os casos registrados.

O evento ocorreu no dia 3 de junho. Jéssica diz que, pouco depois de entrar no local, foi escoltada para fora e empurrada de uma escada por funcionários do estabelecimento.

“Assim que eu sentei no balcão e pedi um drinque, uma moça veio, segurou meu braço e pediu para eu sair. Ela falou que eu não era bem-vinda lá e que a festa era particular”, diz Jéssica.

A cantora afirma ter chegado à festa acompanhada por vizinhos, que entraram primeiro. Por isso, ela sabia que o evento não era fechado. “Tanto que mulher não pagava. Eu entrei sem pagar. O rapaz da portaria disse que a festa era normal, não precisava de convites e que eu podia ficar à vontade.”

Segundo Jéssica, diante da resistência em sair do local, funcionários a agarraram pelo braço e a arrastaram para fora. “A escada é de granito, são três degraus, e eu me machuquei quando caí no chão. Eles não prestaram socorro e ficaram zombando da minha cara. Passei a noite inteira ali na escadaria, esperando amanhecer. Só saí quando a delegacia da mulher abriu”, diz.

Ela afirma que só conseguiu registrar o boletim de ocorrência na semana passada, porque a polícia estaria em greve. “Na delegacia da mulher, viram que eu estava machucada, então fiz o corpo de delito no Instituto Médico Legal. Quando a greve acabou, na semana passada, eu registrei a queixa na delegacia civil. Hoje, eu fiz outro boletim de ocorrência na delegacia da mulher, onde tinham me mandado fazer os exames.”

A cantora espera que o caso dela ajude outras pessoas a denunciarem atitudes preconceituosas. “Mas estou tão decepcionada que, às vezes, penso em vender minha casa e voltar para a Suíça”, diz.

O presidente do Instituto Adé Diversidade, Ícaro Ceita, informou ao G1 que a entidade vai acompanhar o caso e orientar os procedimentos de Jéssica.

“Vamos tomar providências firmes e denunciar o caso ao Ministério Público. É um fato lamentável, porque a gente vê que uma cidade turística, que recebe tanta gente, ainda não está preparada para receber a diversidade como deveria estar. Temos um lado tão moderno e outro tão atrasado”, diz.

Outro lado - A gerente do estabelecimento, Priscila Pinheiro, nega qualquer agressão ou atitude preconceituosa e ressalta que o lugar pode ser frequentado por qualquer pessoa. Porém, naquele dia, uma festa particular era realizada no local e Jéssica não tinha convite.

“Como tinha muita gente saindo, os seguranças não perceberam [quando ela entrou]. O dono da festa chamou uma de nossas funcionárias e avisou que aquela pessoa não tinha sido convidada, se poderíamos convidá-la a se retirar. E foi o que nossa funcionária fez”, afirma.

A gerente confirma que Jéssica permaneceu na escadaria do lado de fora do shopping até o amanhecer e, nesse período, teria dito palavrões a clientes. Ainda de acordo com a gerente, o departamento jurídico do shopping foi informado sobre o caso e vai tomar as providências cabíveis.

1 comentários:

Anônimo disse...

hahahahha. tem que morrer mesmo!

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