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sábado, 14 de agosto de 2010

Fábio Ribeiro escreve sobre a Parada LGBT de Feira de Santana

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PARADA GAY De Feira de Santana - UM POUCO DE HISTÓRIA E REFLEXÃO
 
As Paradas LGBT, inciaram nos Estados Unidos no ano de 1969, como uma comemoração por ter vencido o confronto que acontecera um ano antes em um bar de Nova York chamado Stonewel Inn, quando Homossexuais cansados de serem humilhados por policiais resolveram se rebelar e, por três dias se confrontaram. A ação ganhou atenção da mídia internacional e apoio da população, findou quando os homossexuais conseguiram com que os policiais os deixassem em paz. 
 
No ano seguinte diversas lésbicas, gays, travestis, bissexuais (LGBT), foram as ruas comemorar aquela vitória. Nascia ali, em 28 de junho de 1969, o dia do Orgulho LGBT. A partir daquela data, todos os anos o dia 28 de junho, passou a ser marcado por manifestações em todo o mundo referindo ao dia de luta contra o preconceito e contra a discriminação aos LGBTs. 
 
Com o passar dos anos, centenas de países aderiram as Paradas, que atendem atualmente por diversos nomes, Paradas, Gay, da Diversidade, LGBT entre outros. As mais antigas do Brasil, são as do Rio de Janeiro e São Paulo realizadas respectivamente em 1995 e 1996. 
 
A Parada do Gay de Feira de Santana e os eventos do seu calendário foram idealizados a partir de 2003, quando aconteceu na cidade à primeira edição do evento. Motivados pelos altos índices de assassinatos e outras violações de direitos da população LGBT do município. Os eventos também foram pensados como uma grande estratégia de alcance a esta população para aplicação das políticas de prevenção as DST/AIDS e estímulo ao diagnostico precoce do HIV, visto que esta população ainda está em situação de vulnerabilidade, devido a todo histórico de discriminação sofrido ao longo das décadas. 
 
A Parada Gay de Feira de Santana também tem sido historicamente reconhecida como uma grande fomentadora da Cultura LGBT, promovendo, valorizando e difundindo essa expressão cultural, usando-a como estratégia de socialização. A Cultura LGBT tem servido durante estes eventos como um elo entre a sociedade em geral e população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, promovendo o respeito e a inclusão social desta população ainda muito violentada e estigmatizada em nossa sociedade. 
 
Os eventos pelo orgulho LGBT são de fundamental significância para esta população funcionando como estratégia de visibilidade social em massa, fomentando o respeito, a promoção dos direitos humanos, da cultura, saúde e cidadania do público LGBT. 
 
Feira de Santana consta como o município do interior da Bahia com o maior número de casos de homofobia e de assassinatos contra a população LGBT, segundo dados colhidos de matéria divulgadas na imprensa e dados do GLICH a cidade já registrou entre 2008 e 2010 06 assassinatos contra a população LGBT, elevando para 24 se quantificarmos desde 2000. Além dos assassinatos, várias outras expressões de homofobia e violação de direitos acontecem contra este público em nossa cidade, no GLICH são registrados, casos de violências físicas, famílias que expulsam seus filhos por serem homossexuais, evasão escolar pelo preconceito sofrido nas instituições de ensino, impossibilidade de demonstrações de carinho entre tantas outras violações. 
 
O GLICH em parceria com a APGFS (Articulação da Parada Gay de Feira de Santana) vem desde 2004 realizando uma serie de eventos dentro calendário da Parada Gay tendo como intuito tencionar através dos poderes públicos ações que garantam os direitos humanos e promova a cidadania do público em questão. Nossas ações tem sido um marco na idealização, implantação e fiscalização das políticas públicas pró LGBT em nosso município. 
 
A Parada LGBT, se constituiu como um instrumento indispensável na reivindicação dos direitos da População LGBT. Com uma forma diferenciada de manifestação, reivindica usando cores e alegria, com protestos bem humorados que a caracteriza como um momento único nos calendários de mais de 250 cidades do Brasil. O protesto nas paradas vão desde os corpos das Travestis, que expõem seu silicones e corpos modificados, passando pelas demonstrações públicas de carinhos e afeto dos casais de gays e lésbicas, geralmente negados no cotidiano, até o apoio dos heterossexuais simpatizantes que por meio de faixas, ou mesmo, da simples presença reivindicam a equidade de direitos. 
 
As Paradas deixaram de ser apenas um momento de protesto, e passaram a ser um espaço de orgulho e de comemoração as pequenas conquistas que este movimento vem ao longo de quarenta anos conquistando, com muita luta. Neste evento, homossexuais de todos os segmentos podem estar na rua se orgulhando da sua orientação sexual e da identidade de gênero que é cotidianamente subjugada e colocada no patamar inferior aos padrões heteronormativos.

Almejamos que a cada dias mais as paradas possam ser menos reivindicatória e mais comemorativas, que a cada ano que entre possamos comemorar as muitas conquistas que ainda estamos por ganhar, neste país tão machista e desigual. E enquanto não acontece, levaremos nossas faixas as Paradas LGBT, reivindicando o direito de amare de se constituir como cidadãos de fato.

Fábio Ribeiro
Presidente do GLICH
Coordenador Geral da APGFS

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