Fábio Aleixo, do Lancenet
Colônia, na Alemanha, será, deste sábado até o próximo sábado, sede de uma das competições mais democráticas de todo o planeta.
Com o intuito de unir os povos e diminuir o preconceito contra homossexuais, os Jogos Gays – competição amadora – chegam à sua oitava edição com um recorde de participantes. Serão 9.475 atletas, de 65 países, inclusive o Brasil, competindo em 35 esportes, que vão do futebol à sinuca.
Porém, diferentemente do que o nome indica, não são apenas gays, lésbicas ou transexuais que podem competir. Apesar de representarem mais de 80% dos inscritos, ainda há espaço para heterossexuais.
E a diversidade desejada pela Federação de Jogos Gays não para por aí. Não há limitação de idade nem restrição à participação de pessoas portadoras do vírus HIV.
Rio de Janeiro quer sediar Jogos Gays em 2018
A única medida rígida tomada pelos organizadores tem um objetivo: coibir a utilização de substâncias dopantes. Por isso, durante a competição, serão realizados testes surpresas, em conjunto com a Agência Mundial Antidoping (Wada). Será a primeira vez em oito edições que isso acontecerá.
– Nosso objetivo é mostrar aos participantes que todos podem ir bem apenas com suas habilidades. Isso ajuda a transmitir a mensagem do gay saudável, um praticante normal do esporte – explica Emy Ritt, co-presidente da Federação Gay.
A preocupação com a tolerância ao próximo e o respeito são tão grandes que durante os oito dias de competição ocorrerão diversas campanhas em Colônia. Elas serão voltadas à educação sexual, saúde pública e direitos humanos. Tudo isso com apoio do governo local.
– Em muitos países é difícil para o gay ter uma vida normal, livre de preconceitos. Por isso, a educação é importante – explica Emy.
Além, claro, das atividades esportivas, os Jogos Gays contam com shows musicais, espetáculos de dança e outras apresentações artísticas.
A missão dos que participam do evento é manter vivo o lema adotado em 1982 pelo criador dos Jogos, o homossexual e ex-atleta olímpico americano Tom Wadell: “ participação, inclusão e realização pessoal”.
– Para nós não importa o sexo. O esporte une as pessoas – diz Emy.
BRASIL MANDA 21 REPRESENTANTES
A delegação brasileira em Colônia contará com 21 atletas, em quatro diferentes esportes: atletismo, badminton, natação e vôlei.
Todos tiveram os gastos das passagens financiados pelo Ministério do Esporte, mas terão de usar recursos do próprio bolso para arcar com hospedagem e alimentação.
Segundo Érico Santos, presidente do Comitê Desportivo GLS Brasileiro, o preconceito contra os homossexuais é o que mais dificulta na hora de conseguir patrocínios.
– Queremos mudar a imagem que há no país de que os gays vivem só de festa e fazer com que sejam vistos como praticantes normais de esportes. Em dois anos desde a fundação do Comitê tivemos pouquíssimos ganhos – disse Érico, que será o representante do país no atletismo.
Atualmente, o comitê conta com 800 atletas cadastrados e o objetivo é expandir este número até os próximos Jogos Gays, em 2014.
0 comentários:
Postar um comentário