A TARDE
Na última quarta-feira, alunos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), campus de São Lázaro, se surpreenderam ao chegar para assistir à aula e encontrar, colado nas paredes, cartazes com mensagens homofóbicas, ou seja, de repúdio à prática homossexual. O preconceito que existe com lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) será tema da 9ª parada gay de Salvador, que acontece amanhã, no Campo Grande.
“Estamos investigando a autoria desse ato. Os cartazes fazem ameaças ao grupo LGBTda universidade e ainda convidam para reunião no apartamento 18, no centro, que não sabemos onde é”, revela Rafael Pedral, aluno do curso de história e diretor LGBT do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba.
Segundo Rafael, atualmente, o DCE promove campanha contra a homofobia na Ufba.
“Imagino que estejamos incomodando muito, mas essa é a ideia. Não vamos permitir esse tipodeabuso, atéporque a universidade é um espaço de transformação social”.
Conforme o Grupo Gay da Bahia (GGB) o público LGBT ainda sofre diversos tipos de preconceito. O antropólogo e presidente do GGB, Luiz Mott, considera que atitudes homofóbicas começam em casa, com a falta de suporte familiar ao homossexual. “Esta é a única minoria que não tem apoio nem no próprio lar. A família precisa ajudar na construção da autoestima e a lidar com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e enfrentamento do preconceito”, comenta.
Homicídios
“Estamos investigando a autoria desse ato. Os cartazes fazem ameaças ao grupo LGBTda universidade e ainda convidam para reunião no apartamento 18, no centro, que não sabemos onde é”, revela Rafael Pedral, aluno do curso de história e diretor LGBT do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba.
Segundo Rafael, atualmente, o DCE promove campanha contra a homofobia na Ufba.
“Imagino que estejamos incomodando muito, mas essa é a ideia. Não vamos permitir esse tipodeabuso, atéporque a universidade é um espaço de transformação social”.
Conforme o Grupo Gay da Bahia (GGB) o público LGBT ainda sofre diversos tipos de preconceito. O antropólogo e presidente do GGB, Luiz Mott, considera que atitudes homofóbicas começam em casa, com a falta de suporte familiar ao homossexual. “Esta é a única minoria que não tem apoio nem no próprio lar. A família precisa ajudar na construção da autoestima e a lidar com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e enfrentamento do preconceito”, comenta.
Homicídios
Segundo dados do GGB, o Brasil lidera o ranking mundial em homicídios de homossexuais.
Em 2009, 199 foram assassinados, e somente até agosto deste ano, 138 pessoas já morreram. A Bahia é o estado brasileiro campeão nesta modalidade de homicídios: ano passado foram 25, e até o mês passado, 14 homossexuais foram mortos.
Para Luiz Mott o universo homossexual não é apenas cor-de-rosa, mas também vermelho-sangue.“Apesar de o governo Lula ter sido o que mais se preocupou com ações afirmativas, a violência contra homossexual não diminuiu.
É preciso que haja vontade política para criar campanhas para o público LGBT, porque, em muitos casos de homicídio, houve o descuido de levar desconhecido para casa”, afirma.
Mott revela que tem até uma ideia para estampar os outdoors que seriam espalhados por todo o país: “Gay vivo não dorme com o inimigo”.
Outra solução apontada por ele é a educação sexual nas escolas, que ajudaria a promover uma melhor compre ensão de questões relativas aos homossexuais.
Embora reconheça avanços, como a possibilidade de casais gays financiarem residências no Banco do Brasil e colocarem o parceiro como dependente no Imposto de Renda, o antropólogo afirma que ainda falta muito a conquistar.
“De forma imediata, existe a necessidade de conscientização deste público, que precisa ter mais cautela com a Aids e a violência”.
Segundo ele, no Brasil, enquanto 0,8% dos homens heterossexuais estão contaminados pelo vírus HIV, 11% dos homossexuais já contraíram Aids. “São números alarmantes.
Meu diagnóstico é: se ficar, a Aids pega; se correr, o homófobo mata. Esse é o panorama atual da situação dos homossexuais no Brasil”.
Brancos e negros, idosos e jovens, homens e mulheres convivendo no mais perfeito entendimento. De fato, o caldeirão cultural do Brasil, em que parece caber praticamente tudo, esconde contradições.
No cotidiano, gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros enfrentam preconceito no trabalho, ruas das cidades e dentro da própria família.
Xingamentos
Para um jovem médico que preferiu não se identificar, o preconceito é companhia desde a infância. “Na escola, os outros meninos ficavam me xingando e inventando apelidos de menina para mim. Hoje em dia, a única dificuldade que tenho em relação à minha sexualidade é com minha família, que não aceita de forma alguma”.
Segundo ele, a falta de aceitação dos pais foi determinante para que demorasse mais de se acostumar à ideia de não desejar mulheres. “Sofria muito porque não conseguia acreditar que era assim.
Hoje, entendo que não posso ter vergonha da verdade”, pontua.
Ele conta que, hoje, o que mais lhe incomoda é não se sentir à vontade para trocar carinhos comonamorado em público, mesmo os mais simples, como andar de mãos dadas.
“Tenho receio de retaliações. Não posso dizer com certeza que elas aconteceriam, mas não quero arriscar”
Em 2009, 199 foram assassinados, e somente até agosto deste ano, 138 pessoas já morreram. A Bahia é o estado brasileiro campeão nesta modalidade de homicídios: ano passado foram 25, e até o mês passado, 14 homossexuais foram mortos.
Para Luiz Mott o universo homossexual não é apenas cor-de-rosa, mas também vermelho-sangue.“Apesar de o governo Lula ter sido o que mais se preocupou com ações afirmativas, a violência contra homossexual não diminuiu.
É preciso que haja vontade política para criar campanhas para o público LGBT, porque, em muitos casos de homicídio, houve o descuido de levar desconhecido para casa”, afirma.
Mott revela que tem até uma ideia para estampar os outdoors que seriam espalhados por todo o país: “Gay vivo não dorme com o inimigo”.
Outra solução apontada por ele é a educação sexual nas escolas, que ajudaria a promover uma melhor compre ensão de questões relativas aos homossexuais.
Embora reconheça avanços, como a possibilidade de casais gays financiarem residências no Banco do Brasil e colocarem o parceiro como dependente no Imposto de Renda, o antropólogo afirma que ainda falta muito a conquistar.
“De forma imediata, existe a necessidade de conscientização deste público, que precisa ter mais cautela com a Aids e a violência”.
Segundo ele, no Brasil, enquanto 0,8% dos homens heterossexuais estão contaminados pelo vírus HIV, 11% dos homossexuais já contraíram Aids. “São números alarmantes.
Meu diagnóstico é: se ficar, a Aids pega; se correr, o homófobo mata. Esse é o panorama atual da situação dos homossexuais no Brasil”.
Brancos e negros, idosos e jovens, homens e mulheres convivendo no mais perfeito entendimento. De fato, o caldeirão cultural do Brasil, em que parece caber praticamente tudo, esconde contradições.
No cotidiano, gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros enfrentam preconceito no trabalho, ruas das cidades e dentro da própria família.
Xingamentos
Para um jovem médico que preferiu não se identificar, o preconceito é companhia desde a infância. “Na escola, os outros meninos ficavam me xingando e inventando apelidos de menina para mim. Hoje em dia, a única dificuldade que tenho em relação à minha sexualidade é com minha família, que não aceita de forma alguma”.
Segundo ele, a falta de aceitação dos pais foi determinante para que demorasse mais de se acostumar à ideia de não desejar mulheres. “Sofria muito porque não conseguia acreditar que era assim.
Hoje, entendo que não posso ter vergonha da verdade”, pontua.
Ele conta que, hoje, o que mais lhe incomoda é não se sentir à vontade para trocar carinhos comonamorado em público, mesmo os mais simples, como andar de mãos dadas.
“Tenho receio de retaliações. Não posso dizer com certeza que elas aconteceriam, mas não quero arriscar”
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