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sábado, 16 de outubro de 2010

Discursos de Dilma e Serra incomodam comunidade gay

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A postura defensiva e o discurso vago dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB, ambos na foto) vêm causando desânimo e revolta na comunidade de gays e lésbicas, que não sente suas reivindicações apoiadas pelas candidaturas. Segundo alguns dos principais líderes do movimento de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (LGBT), a pressão conservadora está deturpando a luta por direitos do grupo e estimulando a homofobia, ao confundir união civil com casamento religioso.

Esta semana, os candidatos expuseram opiniões semelhantes. Pressionada por evangélicos a divulgar carta contra o casamento gay e a criminalização da homofobia, Dilma disse que não enviará ao Congresso leis de impacto na religião, mas frisou que "a união civil diz respeito aos direitos civis" e que o casamento "diz respeito às igrejas e ninguém pode interferir". Serra afirmou que "é a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas, no que se refere ao casamento gay, cabe às igrejas tomarem sua posição".

O movimento LGBT nunca lutou pelo casamento religioso, mas pela aprovação do projeto de união civil, que há 15 anos tramita no Congresso.

- Nunca foi bandeira do movimento gay o casamento religioso, mas o direito civil já reconhecido nos tribunais - diz Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). - Não queremos destruir a família de ninguém, mas construir a nossa. Não queremos casamento, mas respeito como cidadão. O debate recuou para posturas da Idade Média.

- O problema é que muita gente não entende o assunto e acaba demonizando os homossexuais - diz Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia.

André Fischer, diretor do Mix Brasil, o maior portal GLS do país, vê o princípio de laicidade do Estado em jogo, com os candidatos não tomando posições mais claras a respeito de direitos civis:

- As duas campanhas estão firmando acordos com os conservadores e barganhando ideais, achando que, no jogo do segundo turno, é melhor o voto religioso e conservador que o voto progressista.

O estilista Carlos Tufvesson, do Conselho dos Direitos da População LGBT do Rio, diz que, ao ceder às pressões contra o Plano Nacional de Direitos Humanos e o Projeto de Lei 122 (que criminaliza a homofobia), os candidatos compactuam com a intolerância de religiões que tratam a homossexualidade como doença ou mal a ser erradicado. 

Fonte: O Globo

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