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domingo, 21 de novembro de 2010

Sargento que atirou em gay após a Parada LGBT do Rio de Janeiro será indiciado por tentativa de homicídio

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VERGONHA MILITAR

A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai indiciar o terceiro sargento Ivanildo Ulisses Gervásio, 37, por tentativa de homicídio duplamente qualificado, ou seja, por motivo torpe sem chance de defesa da vítima. O militar foi quem agrediu e atirou no estudante e Douglas Igor Marques Luiz, 19, na Praça Garota de Ipanema, no Arpoador, após a 15ª Parada do Orgulho LGBT do Rio, no domingo, 14.

Ivanildo confessou ter efetuado os disparos e foi reconhecido pela vítima e as demais testemunhas na tarde de ontem, 19. Os outros dois militares envolvidos responderão pelo crime de agressão pelo processo militar.

Segundo o delegado da 14ª Delegacia de Polícia Civil do Leblon Fernando Veloso, o processo deve ser julgado em 30 dias, pois ainda é necessário esperar o final do Inquérito Policial Militar (IPM) do Forte de Copacabana, no qual o militar Ivanildo é lotado.

Caladinho – No interrogatório feito ontem, 19, o sargento Ivanildo preferiu ficar calado. No entanto o delegado disse que – mesmo que tenha sido acidental, ele assumiu o risco. “Ainda que tenha sido acidental, ao manusear a arma na tentativa de amedrontar uma pessoa, ele assumiu o risco de produzir este resultado. Ele tem experiência no trato com a arma de fogo. O sargento deve ser indiciado por dolo direto ou dolo eventual”, comentou Veloso.

Douglas Marques voltando para casa após receber alta, na semana passada

Quanto ao fato do ato de violência ter sido homofóbica, o delegado destacou o fato do militar ter xingado a vítima. De acordo com testemunhas, os militares chamaram Douglas de “viado” e que ele seria “uma vergonha para a família” antes do disparo. Para o delegado Veloso, o tiro pode ter sido acidental. “Estava muito escuro e nenhum dos dois percebeu a mancha de sangue. Só depois de algum tempo o jovem sentiu a queimação característica do ferimento causado por arma de fogo”, explicou Veloso.

Tudo certo, mas... – Apesar da rapidez das investigações, a fala do delegado já sinaliza o desfecho do caso como sendo “acidental”. Após o ocorrido, o Parque Garota de Ipanema, que há anos é ponto de encontro de gays durante a noite, foi fechado. O delegado diz que não se trata de “juízo de valor”, mas que é uma medida para evitar que outros atos violentos aconteçam. Segundo ele, determinada pela subprefeitura e “recomendada” pela polícia. Então, tá!

Fonte: Mundo Mais

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