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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Diversidade sexual ganha terreno em espaços públicos e privados

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A diversidade sexual ganha cada vez mais terreno em espaços públicos e privados, por assim dizer. Felizmente, o preconceito (apesar de fatos isolados) aparenta dar lugar a novos olhares e até à experimentação. Para o especialista em sexualidade humana, Claudio Picazio, não faz tanto tempo "as explicações sobre sexualidade eram sempre difusas e, geralmente, ligadas a contextos religiosos e à ideia de procriação."

No entanto, palestras, divulgações, debates e livros desempenham o papel de esclarecer todas as dúvidas ainda possíveis. Com isso, a falta de informação perde lugar, e pais, educadores, médicos e quem mais for não é mais refém de mitos e falsas informações acerca do tema.

Autor dos livros "Diferentes Desejos" e "Sexo Secreto", Picazio debate no novo "Uma Outra Verdade", toda a questão fundamental sobre a homossexualidade em espaços públicos e privados, que compreendem os ambientes escolares e a própria casa.


"Notei que, quando pais e professores conseguiam entender a questão, percebendo que a homossexualidade não é desvio e sim uma outra verdade da expressão da nossa sexualidade, tudo ficava mais claro, tornando mais fáceis a quebra do preconceito e a formação de um novo paradigma", escreve o autor.

Dividida em duas partes, uma direcionada a pais, e a outra a professores, a obra aborda dúvidas gerais, como orientação do desejo sexual, atitude, o preconceito no colégio, limites dos pais e educadores, além de tocar em tabus como o namoro em casa e o papel dos coordenadores nos casos de homofobia.

Leia trecho.

"O preconceito é a base da discriminação, embora ambos possam existir isoladamente. Há duas correntes de pensamento a respeito de sua formação. Para uma delas, o preconceito é "natural", ou seja, nasce com o indivíduo. Um exemplo dessa concepção: dois ou mais grupos entram em contato ou confronto; nessa situação, os códigos morais e éticos dos grupos são observados e, se muito diferentes, tenta-se provar qual é o certo, o que tem valores melhores - geralmente por meio de atritos ou competições.

O vencedor desse embate seria, assim, o portador da verdade. Grande engano. Essa mesma linha de pensamento acredita que o preconceito é inevitável e que ele está a serviço da manutenção da existência; para tanto, utiliza a competitividade para perpetuar suas crenças.

Essa interpretação pode ser criticada porque, segundo ela, não há coexistência de diversas formas de ser e pensar. Em vez disso, o mundo seria hierárquico, "do mais forte ou das maiorias", em detrimento dos tidos como minoria ou mais fracos. Já vimos (e vemos) na nossa história muitos massacres e guerras justificados por esse tipo de pensamento, o qual exclui as várias verdades.

Já a segunda corrente diz que o preconceito é "adquirido". Ou seja, existiria em função de um processo de aprendizado justificado por um sistema de valores pessoais ou coletivos baseados em ideologias e opiniões tomados como verdades. Estudos científicos apontam que o preconceito é adquirido e não natural, uma vez que muitas pessoas conseguem abandoná-lo depois de ter acesso à informação. Além disso, nem tudo que é diferente torna-se seu alvo. Mas, afinal, por que somos tão preconceituosos?"

Fonte: Folha de São Paulo

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