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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Método da indústria pornô de fazer vários testes de HIV não protege contra Aids, diz especialista

1 comentários
Ator que foi infectado pelo vírus da Aids não usava camisinha em filmes heterossexuais

O ator pornô Derrick Burts (foto), de 24 anos, diz que se sentia seguro contra o HIV por fazer testes regulares antes de atuar em produções heterossexuais, como é padrão na indústria de filmes pornográficos nos Estados Unidos, e por usar camisinhas nas filmagens com relações homossexuais. Apesar disso, Burts foi infectado pelo vírus da Aids.

Para Ricardo Sobhie Diaz, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a testagem sistemática dos atores não impede totalmente a infecção pelo vírus HIV durante as filmagens, mesmo que os exames sejam feitos mensalmente.

O primeiro motivo é a chamada "janela imunológica", em que o indivíduo pode estar infectado, mas sem ter estabelecido uma taxa de anticorpos em quantidade possível de ser detectada. Por isso, se a pessoa foi infectada recentemente, mas não teve o HIV detectado pelos testes, ela pode transmitir o vírus, já que ele está circulando no sangue e pode ser eliminado nas secreções do corpo, como no esperma. Essa fase dura, em geral, um mês.

Diaz explica que, no período entre o quinto e o 14º dia após a infecção pelo vírus, o HIV começa a se reproduzir no corpo, mas ainda não há risco de infecção. Entretanto, do 15º ao 30º dia há uma produção muito grande do vírus.

– Nessa fase, a transmissão é possível, mas geralmente não ocorre porque a pessoa está muito doente, com febre muito alta [então não pratica sexo ou doa sangue]. Agora a situação é diferente se você está ali cumprindo algum dever profissional [como os atores pornôs], então o risco é grande mesmo.

O infectologista também aponta que Burts, que entrou nessa carreira neste ano, cometeu um erro ao usar preservativos nas cenas de filmes gays e não tomar o mesmo cuidado em produções heterossexuais.

– Isso é um erro. É sabido que em relações de sexo anal passiva o risco é maior, por questões anatômicas. Mas isso não quer dizer que não se possa ser infectado pelo HIV em uma relação heterossexual.

Burts suspeita que foi infectado durante as filmagens de um filme gay, em que ele usou camisinha nas cenas de sexo anal, mas não nas de oral. Em entrevista ao jornal Los Angeles Times, o ator reconheceu que não se protegeu o bastante.

– Quando eu entrei na indústria pornô, eu pensei que estaria seguro se fizesse o teste todo mês. Não é certo que eu me infectei em um filme gay. Dizer isso seria errado. O fato é que o exame deu positivo. A AIM [Fundação de Cuidados Médicos da Indústria Adulta, clínica exclusiva para trabalhadores do setor pornográfico] diz que fazer o exame protege você, mas isso não é verdade.

De acordo com a Aids Healthcare Foundation, entidade que está ajudando o ator com o tratamento contra a doença, durante os poucos meses em que trabalhou na indústria pornô, ele também contraiu herpes e clamídia, outras duas doenças sexualmente transmissíveis e que aumentam o risco de infecção pelo vírus da Aids.

O artista diz que não há possibilidade de ele ter se infectado pelo HIV fora do trabalho, já que fez sexo apenas com a namorada, que também é atriz pornô e não tem o vírus.

Fonte: R7

1 comentários:

Fábio Escorpião disse...

É muita ignorancia nesse mundo, Senhor..

Não vou dizer que ele (e todos mais que se infectam no mundo pornô) mereceu, mas que é culpado do proprio erro, ele é.

Pode processar quem quiser, dizer que foi "enganado", mas TODO MUNDO SABE que transar sem camisinha, em sexo homo ou heterossexual, PODE SIM TRANSMITIR AIDS.

Tapa os ouvidos quem quer.

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