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domingo, 12 de junho de 2011

Enfim, uma aliada

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Ideli Salvatti reforça o time de mulheres progressistas, mas não se sabe até onde influenciará Dilma ou será influenciada por ela

Ideli trocou de lugar com o ministro Luiz Sérgio, que irá para o Ministério da Pesca

A ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC) foi presidente da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, e assinava a atual Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT antes de tornar-se ministra da Pesca. Convidada pela presidenta Dilma Rousseff (PT) a substituir o ministro Luiz Sérgio na Secretaria de Relações Institucionais, será responsável pela interlocução do Executivo com o Congresso Nacional, bastião dos setores reacionários entre os três poderes. E deve reforçar o time liderado pela ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, também seguido pela ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para Mulheres, atualmente recuadas e sob fogo cerrado dos conservadores.

Salvatti foi líder do PT e do governo no Senado durante a gestão do presidente Lula, quando acumulou profundo conhecimento da relação do Executivo com o Congresso. Mas a então senadora também se indispôs com vários colegas pela ênfase e firmeza com que defendia o governo. 

Não se espera da ministra que assuma uma posição aberta em favor da agenda positiva dos movimentos sociais, ainda mais pela força expressiva que as bancadas fundamentalistas possuem no Congresso, cujas demandas serão levadas diretamente a ela. Mas se souber conciliar interesses e segurar o ímpeto reacionário, cumprirá seu papel. É sabido que a bancada evangélica se notabiliza pela ganância, e o governo tem muito mais a negociar além das políticas públicas para LGBT.

Ministra Gleisi Hoffman defende posições próximas às da Presidenta Dilma
Uma análise da equipe ministerial revela que a presidenta se acercou de ministros de perfil conservador. 

Atualmente, o Secretário-Geral da Presidência Gilberto Carvalho e a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, estão entre os mais próximos de Dilma Rousseff. 

Ambos são católicos, e Carvalho orientou a presidenta durante a ofensiva evangélica e católica, através de uma campanha difamatória, que a levou ao segundo turno da eleição presidencial. No início do Governo, porém, o direito ao abortou deixou o primeiro plano dos ataques dos religiosos, substituído pelas políticas de promoção da cidadania LGBT, como o kit anti-homofobia e a lei que criminaliza a homofobia (PLC 122). O vice-presidente Michel Temer (PMDB) também reforça essa tendência.

Ministra Maria do Rosário em ato contra a homofobia em São Paulo
Hoffman e Salvatti, duas mulheres, formarão o núcleo central do Governo, a primeira responsável pelas relações internas e, a segunda, pelo relacionamento com os demais poderes e outras instituições. As duas foram parlamentares e podem ter um bom diálogo com a ministra Maria do Rosário, praticamente isolada na trincheira das políticas para LGBT. 

A ministra dos Direitos Humanos não tem conseguido convencer o movimento de que o Governo Dilma está comprometido com os direitos humanos dessa parcela da população. O reconhecido esforço de Maria do Rosário foi esmagado com a decisão da presidenta em suspender o kit contra a homofobia nas escolas, seguido por uma fala desastrosa onde demonstrava não ter consultado a ministra sequer para usar o termo correto para se referir à orientação sexual (usou a expressão “opção sexual”).

O que o movimento LGBT se pergunta agora é se as mudanças nos ministérios serão suficientes para deslocar a orientação conservadora que caracterizou o primeiro semestre do Governo Dilma Rousseff.

Blog do Fórum Baiano LGBT

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