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domingo, 3 de julho de 2011

Mott: “Vamos fazer uma reunião com todas as entidades para discutir a Parada”

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Luiz Mott fala no lançamento do livro
Equipe do blog do Fórum Baiano LGBT


A semana do Orgulho LGBT  de 2011 foi de Luiz Mott e, como não poderia deixar de ser,  cheia de surpresas. Na terça-feira 28, data em que se comemorou os 43 anos do Levante de Stonewall, a SJCDH lançou o livro “Boletim do GGB: 1981- 2005”. O principal editor da obra, Luiz Mott, anunciou a nova “fase ternurinha” (veja release abaixo). “Não estou mais para brigas e provocações”, afirmou na mesa, após citar as divergências com as entidades mais recentes do movimento LGBT, “muitas delas fundadas pelo GGB”. Na sessão especial sobre o Orgulho LGBT, realizada pelas vereadoras Vânia Galvão (PT) e Olívia Santana (PCdoB) na Câmara de Salvador na quinta 30, ele foi ainda mais longe.  Chamou as demais entidades do movimento LGBT para realizar a Parada LGBT de 2011.

Militantes e autoridades compareceram em peso ao lançamento do livro do GGB
“Vamos chamar uma reunião com as entidades filiadas ao Fórum Baiano LGBT para organizar a 10ª Parada”, disse Mott, interrompido por aplausos. Mas pediu que a caminhada continuasse sendo intitulada de “Parada Gay”, por ser uma palavra mais conhecida do que a expressão “LGBT”. Aproveitou para criticar a “divisão” do movimento explicitada na sigla, e propor a utilização do termo “homofobia” para contemplar a todas as formas de discriminação contra LGBT. O resto foi só ternura.

O decano do movimento LGBT baiano ainda fez um histórico da relação com a Câmara Municipal de Salvador, de saíram alguns dos primeiros apoiadores da luta LGBT no estado, mas que abrigou reacionários históricos. Fez uma crítica à postura dos vereadores Joceval Rodrigues (PPS) e Pastor Luciano (PMN), que votaram contra a realização da sessão especial. E solicitou que seja colocada uma placa na Esquina do Arco-Íris no dia da Parada de Salvador, em 11 de setembro.

A relação difícil de Mott com outros setores do movimento LGBT sempre dificultaram o reconhecimento de seu papel no movimento LGBT, e a centralização da organização da Parada era um dos nós da relação. No entanto, as arestas têm diminuído bastante no período recente, com gestos de ambos os lados e esse foi o avanço mais concreto. No dia seguinte ao gesto de abertura, LGBT comentaram o fato. “Sou testemunha de um momento histórico”, relatou Ricardo Santana. “É um marco”, reconheceu Jurandyr Telles, do Grupo Saphos (de Ilhéus). “Vamos arregaçar as mangas”, disse Geverton Luiz, da Adé Diversidade.


Atividades do Orgulho LGBT pautam a agenda de autoridades

Secretários, deputados e vereadores participam dos eventos do Orgulho LGBT

Lançamento do livro: Almiro Sena posa ao lado de Ademar Bandeira (vereadora de Manaus - PT), Vânia Galvão, Marcelo Cerqueira, Bira Corôa e Marta Rodrigues
O lançamento do livro “Boletim do GGB” e a sessão especial do Orgulho LGBT na Câmara mobilizaram autoridades do Legislativo e do Executivo. No primeiro evento, realizado na terça 28 no Palácio Rio Branco, o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos Almiro Sena foi o anfitrião. Ele defendeu as políticas do Governo Wagner para LGBT e anunciou novas medidas, além de louvar a atuação do “mestre de cerimônias” do evento, Danillo Bittencourt, que coordena o Comitê LGBT da Bahia.

O deputado estadual Bira Corôa, aliado antigo do movimento LGBT, participou das três atividades do Orgulho LGBT na Região Metropolitana. Estava na mesa do lançamento do livro do GGB, e no café-da-manhã promovido pela prefeitura de Camaçari, onde foi anunciado um censo LGBT no município. E, ontem, estava no plenário da sessão especial.

As vereadoras de Salvador Marta Rodrigues (PT), Vânia Galvão e Olívia Santana estiveram na plenária do lançamento, e Marta voltou a plenária de sessão especial nesta quinta 30. Outro que compareceu à sessão foi o secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira. Já Vânia e Olívia convidaram para a sessão especial o deputado federal Amauri Teixeira (PT-BA), que fez uma fala incisiva na defesa da agenda LGBT e entrou na lista de aliados.

Deputado federal Amauri Teixeira
“É um fato que a pauta LGBT tornou-se parte da pauta política do país”, afirmou Wesley Francisco na mesa da sessão especial, referindo à nova conjuntura do movimento LGBT. “Mas além dos oponentes severos que, pela primeira vez, elegeram a questão LGBT como inimiga prioritária, os aliados têm comparecido cada vez mais e mais presentes”, disse Bárbara Alves ao blog do Fórum Baiano LGBT. 



Fórum Baiano LGBT constrói a unidade do movimento LGBT na Bahia

Mesas refletem as diferenças convivendo nos mesmos espaços

No último seminário do Fórum Baiano LGBT, diversas entidades pediram filiação ao Fórum Baiano LGBT. Com isso, tornou-se o maior fórum do país em número de entidades. Pelo que se viu na semana do Orgulho LGBT, é grande também em representatividade política.

Veja-se, por exemplo, a mesa da sessão especial na Câmara de Salvador. Renildo Barbosa, ex-colegiado do Fórum Baiano LGBT pela Pro Homo, cedeu parte da fala e o lugar na mesa para Paulete Furacão, presidente da Laleska d’Capri e atual membro do colegiado.  Paulete representou as travestis e transexuais na mesa. O Diadorim, representado na mesa por Osvaldo Fernandez com a contribuição da universidade, também está no novo colegiado do Fórum Baiano LGBT.

As mulheres lésbicas e bissexuais foram representadas por Rafaela Oliveira, do LesBiBahia. Recentemente, a antiga articulação decidiu se organizar como colegiado e é a mais recente entidade a solicitar filiação ao Fórum Baiano LGBT. Em sua fala, Rafaela relacionou a defesa da agenda lésbica às questões das mulheres. "Temos direito ao nosso corpo", disse em um discurso forte, "o Estado e os homens não podem legislar sobre o corpo da mulher",

Sessão especial das vereadoras Vânia Galvão e Olívia Santana
No lançamento do livro do GGB, a versão “ternurinha” de Luiz Mott foi lançada na resposta à fala de Nilton Luz, representante do Fórum e da Rede Afro LGBT na mesa. Ele lembrou que o GGB também tinha voltado ao Fórum Baiano LGBT e que a relação com as novas gerações, que Mott depois definiria como “tensa”, não é maior do que o respeito e o reconhecimento pela história do GGB.

Nessa mesa também estavam o Diadorim e o Felipa de Souza, essa última uma organização de mulheres lésbicas negras que também pediu filiação ao Fórum Baiano LGBT, representada por Rosângela Castro. Militante antiga, Rosângela também lembrou a influência do mais antigo grupo LGBT ainda em atividade no resto do país.

Um fator importante para reunir grupos diferentes em trajetórias e modos de organização é a conjuntura difícil, que exige respostas unificadas. “As diferenças não podem ser maiores do que o diálogo e o consenso”, disse Renildo Barbosa ao blog do Fórum. 

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