Um desabafo

"Eu estou assustado, meu filho e minha família também. Ele (filho) mora com a mãe em São Bernardo e não quer nem falar com ninguém sobre isso. A gente não estava fazendo nada de mais. Ele viajou quase 300 quilômetros para vir numa festa, a gente não sai de casa nunca na vida com essa maldade no coração, então não consegue nem imaginar o que leva essas pessoas a fazerem isso. Nem acho que eles estavam alcoolizados, nada. Eles não devem gostar de homossexual, só isso, e fazem uma coisa dessas. Fico pensando: eu tinha abraçado meu filho para fazer carinho nele, matar saudade, fazia dois meses que a gente não se via. Mas agora nem saudade do filho a gente pode matar mais? Não em público, só em casa pelo jeito. E outra: eu não sou gay, meu filho não é gay, mas a gente não tem nada contra. E daí se a gente fosse? E quem é? Meu Deus, cada um faz o que acha melhor! Se a pessoa não tiver o direito de viver como ela acha que deve o que a gente faz?"

Homem que teve a orelha decepada em agressão homofóbica, quando um grupo confundiu sua relação com o filho com uma relação homossexual