Pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff citou a comunidade gay se referindo de maneira correta. Anteriormente, Dilma disse por duas vezes em público a expressão “opção sexual”, ao vetar o kit contra a homofobia do Ministério da Saúde, alegando que o mesmo era propaganda de “opção sexual”. Depois, em uma cerimônia em memória das vítimas do Holocausto.
Durante a posse da nova ministra Eleonora Menicucci da Secretaria de Políticas para as Mulheres, no último dia 10, sexta-feira, Dilma declarou: “Nós construímos, todos nós, uma democracia sólida no Brasil e queremos sempre aperfeiçoá-la cada vez mais... Que seja uma democracia com mais oportunidades para homens e mulheres, com mais oportunidades para brancos e negros, com mais oportunidades dos indígenas e para os brasileiros de qualquer orientação sexual”, disse a presidente.
O momento traz duas tensões para a presidente, de um lado, a militância gay questiona seu veto ao programa do Ministério da Saúde, há quase um ano e uma nova censura, desta vez ao vídeo contra a AIDS do Ministério da Saúde que abordaria os jovens homossexuais neste Carnaval. A outra tensão foi abordada na própria posse.
Eleonora Menicucci, 67 anos, socióloga, professora e pró-reitora da Universidade Federal de São Paulo, defensora dos direitos reprodutivos das mulheres, entre eles o aborto, ouviu publicamente da presidente que deverá seguir a cartilha do Planalto, ou seja, não polemizar sobre o tema. “Tenho certeza, que meu governo ganha hoje uma lutadora incansável e inquebrantável pelos direitos das mulheres. Uma feminista que respeitará seus ideais, mas que vai atuar segundo as diretrizes do governo em todos os temas sobre os quais terá atribuição”, disse a presidenta para a platéia formada por feministas históricas que ficou calada.
No passado, a ministra foi companheira de cárcere da presidenta e recentemente admitiu ser bissexual em entrevista para a revista TPM. Na mesma matéria ela falou da filha lésbica que gerou uma criança por inseminação artificial. “Me relaciono com homens e mulheres e tenho muito orgulho de minha filha, que é gay e teve uma filha por inseminação artificial”, disse a ex-guerrilheira.
A nova ministra está sendo citada como abortista, entre outros predicados nefastos, por líderes religiosos fundamentalistas. A briga será boa mas a ministra até o momento está pregando o diálogo.
Fonte: Revista Lado A
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