O candidato à Prefeitura de São Paulo do PT, Fernando Haddad (foto), afirmou nesta sexta-feira, após visita a um centro de idosos em Ermelino Matarazzo, que considera "um equívoco grave" introduzir o tema da religião nas eleições. "Me parece um equívoco grave que alguns dirigentes de partido introduzam no debate político um debate doutrinário que é próprio da igreja fazer com seus fiéis. Tem lugar e momento para fazer isso. E não é no debate eleitoral", afirmou Haddad a jornalistas.
"Querem criar uma guerra santa na cidade de São Paulo (...) cada um pode ter a religião que quiser. Prefeito não tem que ficar privilegiando um e atacando o outro. Nós não vamos entrar nessa", disse o candidato ao final do evento, no microfone do carro de som, após fazer uma caminhada pelo centro do bairro, localizado na zona leste de São Paulo.
Ele acrescentou, ao dirigir-se aos militantes e às pessoas que passavam pela calçada, que seu governo combaterá todo o tipo de intolerância, seja em relação ao gênero, cor ou orientação sexual.
As declarações de Haddad foram feitas em meio à repercussão de um texto publicado no ano passado no blog do presidente nacional do PRB, Marcos Pereira , braço direito do rival Celso Russomanno, e bispo licenciado da Igreja Universal. Seu texto foi criticado em uma nota publicada ontem pela Arquidiocese de São Paulo, a pedido do arcebispo d. Odilo Scherer. A igreja acusou Pereira de fomentar a discórdia e fazer críticas destemperadas aos católicos.
O texto publicado no blog de Pereira, em maio de 2011, afirmava que a Igreja Católica tem o "controle das ações do governo, seja federal, estadual ou municipal" e a responsabiliza indiretamente pela distribuição em escolas brasileiras do chamado "kit gay" - material didático de combate à homofobia quando Haddad era ministro da Educação.
"O nosso desejo é nos guiarmos por princípios que estão na nossa Constituição e que não estão sendo respeitrados. O Estado é laico no Brasil. Isso exige de cada um que se candidata a um cargo eletivo uma responsabilidade muito grande em não estabelecer conflitos que não existem em nosso País", afirmou.
No microfone, ele também fez críticas veladas a José Serra (PSDB), sem citar seu nome. "O outro candidato vai começar a distorcer as propostas e a ofender. Vocês viram o que tentaram fazer com o Bilhete Único Mensal. Distorceram e falaram que ia custar mais caro para o passageiro."
Durante a visita ao Centro de Convivência da Terceira Idade Dra. Tereza Bugolim, Haddad conversou com coordenadores e frequentadores do local, onde cerca de 120 idosos se reúnem e passam o dia fazendo atividades recreativas. Depois, se dirigiu ao centro de Ermelino Matarazzo para fazer uma caminhada, acompanhado do candidato a vereador Marcelo Frissoni, marido da apresentadora Ana Maria Braga.
Fonte: IG
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