Pages

Banner 468 x 60px

 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Oscar Paris responde a carta do Diretor Geral da ABC

0 comentários
Data: Quarta, 24 de fevereiro de 2010, 12:56:23
Assunto: Re: carta Associação Beco das Cores (LGBT) a Oscar Paris (jornalista)



Querido Wesley, obrigado pelo contato. É sempre interessante fomentar as discussões. Só estou respondendo a voce porque suas colocações fazem sentido, tem razão de ser e são, acima de tudo, inteligentes e engajadas, o que prezo muito. Caro, o que tentei manifestar (posso não ter conseguido, o que é possível de ocorrer com quem se atreve a escrever) foi minha indignação com os marginais citados e, principalmente, minha repulsa aos homofóbicos, que matam covardamente e que, como voce mesmo destaca em seu texto (...muitos casos de violência homofóbica em que o parceiro não se reconhece como homossexual, faz o papel passivo e 'vinga-se' assassinando o ativo da relação, que seria homossexual assumido) na maioria das vezes não se assumem como tal. Se misturei alhos com bugalhos peço sinceras desculpas, pois quem me conhece sabe de meu respeito as individualidades, as minorias e também as maiorias desprovidas de tudo. Não estou julgando ou afirmando que as organizadas são compostas por gays frustrados, mas estou aventando a seguinte possibilidade: será que muitos destes caras que vivem brigando (logo, agarrados em homem) não são os mesmos que matam o parceiro por não se reconhecer homossexual? ?, como voce mesmo ponderou. O que tentei dizer é que a mente perburbada que acha legal matar o cara de outro time, não difere em nada do que cara que mata homosexuais, crianças, mulheres, velhinhas, adolescentes, trabalhadores. .. Quiz dizer que quem é capaz de matar de maneira tão gratuita, por causa de futebol, é bem capaz de matar por homofobia, racismo, intolerância religiosa... E cá entre nós Weslei, se as organizadas fossem um reduto gay, de gays assumidos, bem resolvidos, pacíficos e lindos(as), eu não teria motivo para ter feito uma crônica tão irada. Ao contrário, tenho certeza que seriam um exemplo de civilidade e respeito, como se vê, por exemplo, nas paradas gays em todo o país, nos pontos GLS já conhecidos do Carnaval Baiano e em tantos outros eventos onde esbanjam criatividade, bom humor e, mais importante, auto-estima.

Sou grato por suas observações e vou tentar voltar ao assunto para deixar claro que homofobia e racismo são coisas que meu filho, de 11 anos, jamais vai desenvolver porque teve, tem e continuará tendo uma educação voltada a solidariedade, o respeito as diferenças e ao outro, independente de suas escolhas, condições, modo de vida, opção sexual, religiosa ou seja lá o que for.

Wesley, também não fico triste ou chateado por voce multiplicar e dividir as suas resalvas com entidades, amigos ou colegas jornalisats porque sei que voce também o fará com a missiva que agora lhe envio.

Abraço fraterno
Oscar Paris

Obs: espero sinceramente que continue lendo os artigos e colaborando com o feedback.

0 comentários:

Postar um comentário