Vai acabar!

EUA: Comitê do Senado vota pelo fim da política "Don't Ask, Don't Tell" nas Forças Armadas

Por Redação do G1

O Comitê de Serviços Armados do Senado votou nesta quinta-feira, 27 de maio, a favor do fim da política “Don't Ask, Don't Tell”(“Não Pergunte, Não Conte”), medida que estabelece uma espécie de “lei do silêncio” nas Forças Armadas norte-americanas, através da qual homossexuais são "permitidos" no quadro militar, desde que não assumam publicamente sua orientação sexual.  
Nesta primeira vitória no Congresso americano contra a política, 16 membros do comitê votaram a favor e 12 contra. A expectativa de especialistas e a esperança dos grupos de defesa dos homossexuais é que o Senado e a Câmara dos Representantes assumam também o compromisso e votem contra a emenda que estabelece o fim da “Don't Ask, Don't Tell”, em vigor desde 1993.  
Na votação do comitê, parlamentares republicanos se posicionaram firmemente contra a aprovação, justificando que, para se tomar a decisão, seria necessário esperar o relatório sobre o impacto que a revogação terá sobre o quadro e a rotina militar. O relatório, sob responsabilidade do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, tem previsão de ser concluído só em dezembro. 
A Casa Branca expressou oficialmente seu apoio ao fim da política em carta enviada ao Congresso na última segunda-feira, 24 de maio. O documento, assinado por Peter Orszag, diretor do Escritório de Orçamento e Gestão da Casa Branca,  ressaltou que o governo "é da opinião de que a emenda à proposta atende às preocupações levantadas pelo secretário de Defesa e o chefe da Junta de Chefes de Equipe".  A carta foi enviada aos três principais congressistas que articulam as negociações sobre o futuro da política.  
Em fevereiro, durante o discurso do Estado da união, que definiu as diretrizes do governo norte-americano para 2010, Barack Obama já tinha reafirmado seu compromisso com a comunidade LGBT, assumido ainda durante a sua campanha eleitoral, ao declarar que trabalharia “com o Congresso e com nossos militares para finalmente alterar a lei que nega aos homossexuais americanos o direito de servir à pátria que amam do jeito que eles são”.  
A demora de ações concretas, entretanto, gerou protestos mais intensos de ativistas homossexuais, como o que ocorreu no primeiro domingo deste mês de maio, quando cerca de 100 ativistas LGBT protestaram em frente à Casa Branca. Durante o ato, que pediu o fim imediato da “Don't Ask, Don't Tell”, alguns manifestantes chegaram a se acorrentar aos portões da Casa Branca.