Os comerciais da Skol são um grande exemplo de falta de ética. É interessante como os publicitários criam um sistema de representações muito particular (a “guerra das cervejas”) onde vale tudo, inclusive disseminar o preconceito. E neste círculo (ou circo) muito peculiar eles se regozijam, impulsionam carreiras e lançam capas da Playboy enquanto inflam seus próprios egos e, é claro, ganham muito dinheiro.
Os publicitários da Skol já fizeram uma campanha que mostrava mulheres gordas ou com seios quadrados, e outras onde a mulher é mostrada como objeto sexual. Isto é comum entre os nossos “gênios” da propaganda, que apenas reproduzem séculos de sociedade patriarcal e machista.
Mas o diferencial da Skol é sua implicância com os nordestinos. Em um comercial já haviam mostrado um faxineiro nordestino (baixinho e franzino) que assumia o som numa festa. Ele dizia: “Agora eu que controlo as vitrola”, ou alguma coisa parecida.
Depois foi a vez do insuportável bordão “será – será –será!”, dito com forte sotaque nordestino por um personagem batizado genialmente de “Serazinho”, e que destoava dos outros atores do comercial pela sua estatura física atarracada.
Agora é a vez do bordão: “redondia, redondia, redondia”, mais uma vez falado com sotaque e por um personagem que esteticamente destoa do padrão Skol de beleza.
Tais comerciais reproduzem um preconceito muito comum nas Regiões Sul e Sudeste através do qual os nordestinos constituiriam uma sub-raça, menos desenvolvida física e intelectualmente. Para eles, só restariam empregos subalternos ou o papel de palhaços para a diversão da burguesia sulista, exatamente como veiculado nas propagandas da Skol.
Se o cara que inventou a Skol tivesse inventado o garçom ele seria assim: o estereótipo do nordestino inferior.
Fonte: Catapop
quarta-feira, 7 de julho de 2010
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