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domingo, 15 de agosto de 2010

Paradas LGBT crescem, mas perdem militância

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Marcelo Campos Barros foi assassinado na Parada de São Paulo em 2009. Na edição de 2010, a maior do mundo nem citou o caso.

COMUNICAÇÃO/FÓRUM BAIANO LGBT
Da Redação

A Bahia é um dos estados líderes em número de paradas LGBT, segundo lista nacional organizada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), chegando próximo de São Paulo e Minas Gerais. Nem sempre são politizadas. Gogo boys e música substituem as falas políticas, transformando em festa o que devia ser uma mobilização social. “Falta formação política no movimento LGBT e sobra alienação”, desabafa Leo Mendes, presidente da Associação Goiana de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGLT).

Organizações fundadas apenas para organizar paradas e suas festas subseqüentes dão a tônica recente do movimento LGBT, em especial no interior. Na semana passada, a comunidade LGBT ficou chocada com a cobrança de abadás na parada de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o setor empresarial focado no segmento LGBT tem disputado o controle da maior parada do mundo – e, certamente, de seus financiamentos.

A “carnavalização” das paradas LGBT era denunciadas pelo Coletivo Universitário de Diversidade Sexual – Kiu! desde sua fundação. “As paradas não podem ser confundidas com carnaval, ou oba-oba”, preocupa-se o Adé Diversidade, que organiza dezenas delas no Extremo Sul da Bahia. “Os grupos têm que se atentar ao tipo de música e a entonação festiva, e só festiva”, afirma Fábio Ribeiro, presidente do GLICH.

Ribeiro alerta para uma outra preocupação: o crescimento da violência e dos furtos. Festas a céu aberto atraem ladrões e homofóbicos, diante de uma organização quase sempre incapaz de coibir agressões durante um evento realizado para celebrar a cidadania LGBT. “Esse festejo sem ponderação, os tipos de música que se coloca e a falta sensibilização da população, de quem participa da parada, contribui para o aumento da violência”, acredita o presidente do GLICH.

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