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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vereadores evangélicos de Sorocaba (SP) dizem que moção contra homofobia incita “orgias nas ruas”

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Quatro vereadores evangélicos deram chilique na sessão de ontem, 11, na Câmara dos Vereadores de Sorocaba, cidade localizada a 95 quilômetros de São Paulo, por conta da moção “Vote contra a Homofobia e Defenda a Cidadania”, apresentada pelo vereador Izídio de Brito (PT-SP). O mote da moção é da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) para as Paradas de todo o Brasil.

A proposta da moção é discutir um determinado assunto para uma possível votação na legislatura no futuro. No entanto, os vereadores evangélicos Carlos Cezar da Silva (PSC-SP), Neusa Maldonado (PSDB-SP), Irineu Toledo (PRB-SP) e Luis Santos (PMN-SP) empunharem a bíblia na casa legislativa e dizerem que a moção incita a colocar “orgias nas ruas”, conforme informou o Jornal Cruzeiro do Sul.

O vereador Carlos Cesar, que é pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), foi o primeiro a se manifestar. “Não posso compactuar. Isso não é de Deus”, disse. Ele chegou a ler um trecho bíblico de do livro Romanos. Já a vereadora Neusa Maldonado, que também é pastora, mas da Igreja Agnus criticou os programas de TV que mostram homossexuais, e disparou: “Esse tipo de apoio vai colocar mais orgias nas ruas”.

Vítimas – O vereador Irineu Toledo, que também divide suas funções legislativas como pastor da Igreja Universal de Deus (IURD) atacou a proposta colocando os evangélicos como vítimas. “Eu fico pensando: por que as pessoas não aceitam nossa fé? Eu sou testemunha das perseguições que enfrentamos. O que eu não consigo compreender é porque uma pessoa que adotou outra opção sexual não o faz para ela própria. Quando nós expressamos estamos sujeitos a serem punidos por cometer homofobia”, dissimulou.

Luis Santos, também pastor, só que da Assembleia de Deus, também colocou os evangélicos como vítima de perseguição. “O segmento mais descriminado não é o negro; não é o homossexual. É o evangélico. Nós hoje temos que pedir permissão para fazer nosso trabalho em praça pública”, disse o cotadinho “perseguido”.

Duas horas depois – O bate-boca durou cerca de duas horas. No entanto, a moção foi aprovada por 16 votos contra quatro (o dos perseguidos evangélicos). Estes tiveram também de ouvir um sermão. Ele foi dado pelo vereador Anselmo Neto (PP-SP). Segundo ele, a discussão deve ser feita no âmbito político e não no religioso.

“A Constituição é clara ao dizer que todos são iguais perante a lei. Temos que deixar o campo religioso; as pregações para os cultos. Aqui é lugar de debate político. Aliás, se for para esse lado, saibam que as grandes desgraças da humanidade foram feitas por heterossexuais e não por homossexuais. Temos que acolher a todos. Além disso, o que está na discussão é a moção que apoia o lema do evento, que destaca o voto contrário a homofobia”, argumentou Anselmo Neto. Falou e disse!

Fonte: Mundo Mais

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