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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

17 anos depois do crime, assassinos de Renildo são condenados em Alagoas

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JUSTIÇA TARDIA

Justiça de Alagoas confirma condenação de assassinos de vereador morto por ser gay 17 anos depois

Renildo foi assassinado brutalmente em 1993 por se revelar gay

A Câmara Criminal de Alagoas realizou nesta quarta-feira, 29, o julgamento de apelação da sentença do fazendeiro José Renato Oliveira Silva e os militares Luiz Marcelo Falcão, Antônio Virgílio dos Santos Araújo, Walter da Silva e o ex-militar Paulo Jorge de Lima. Todos eles foram condenados pelo bárbaro assassinato de Renildo José dos Santos, em 1993, pelo fato dele ter tornado pública sua homossexualidade.

Na época, Renildo era vereador de Cajueiro Seco, cidade na região metropolitana de Maceió. Apesar do crime ser cometido em março de 1993, os réus só foram condenados em maio de 2006, ou seja, 13 anos depois.

Desde então, os advogados entraram com a apelação do julgamento que condenou Luiz Marcelo Falcão e Paulo Jorge de Lima à pena de 18 anos e 06 meses de reclusão e absolveu Antônio Virgílio dos Santos das imputações que lhe foram feitas.

Autor intelectual – Já o fazendeiro José Renato de Oliveira Silva foi condenado a 19 anos de reclusão pela autoria intelectual do crime. Passados 17 anos do crime e 13 anos da condenação, os réus tiveram a regalia de aguardar o julgamento do recurso em liberdade. No entanto, após a confirmação da sentença, o fazendeiro, autor intelectual do crime, dificilmente irá para a prisão, pois está com 75 anos, conforme prevê a justiça.

“Não há que se falar em ausência de elementos que comprovem a autoria intelectual do apelante José Renato de Oliveira e Silva, no crime pelo qual foi condenado, vez que foram colacionadas aos autos peças indicativas e probatórias da autoria intelectual do crime, razão pela qual foi condenado”, argumentou o relator do processo Mário Casado Ramalho.

O caso Renildo – No dia 10 de março de 1993 o então vereador da pequena cidade de Coqueiro Seco foi brutalmente arrancado de sua residência, torturado e esquartejado. Partes diferentes do seu corpo foram ocultadas em diferentes locais. Os condenados pelo crime já haviam atentado anteriormente contra a vítima com um tiro. O militar Luiz Marcelo Falcão ainda tentou dar cabo da vida do vereador quando ele se recuperava no hospital, arrancando a máscara de oxigênio da vítima, mas foi impedido por um paciente que ocupava o mesmo quarto que Renildo. Junto às provas do crime estava uma carta deixada pela vítima. “Qualquer coisa que possa acontecer comigo, até mesmo a minha morte, os responsáveis serão as pessoas envolvidas neste caso, pois, durante todo este tempo venho sendo ameaçado de morte, tanto pelo Dr. Renato, quanto pelo sargento Falcão e o soldado Valter da Silva”, escreveu o vereador.

Fonte: Mundo Mais

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