Os alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie vão protestar na próxima quarta-feira, 24, contra as declarações homofóbicas do chanceler Augustus Nicodemus Gomes Lopes postadas no site da instituição. A manifestação está marcada para começar às 16h30, na Rua da Consolação, 930.
No último dia 11, Augustus Nicodemus publicou um texto contrário à aprovação do Projeto de Lei da Câmara PLC-122/06 (PLC-122/06). "A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE (sic) contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos”, disse Lopes.
Representante da Igreja Presbiteriana na Universidade, ele se respaldou em trechos da bíblia e orientou a comunidade acadêmica (leia-se diretores e professores) a seguirem as orientações religiosas na instituição de ensino. Isso sem considerar o Estado laico e o ensino leigo.
“A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto”, disse.
Repercussão – Após a repercussão, o texto foi retirado do ar. A assessoria de imprensa da universidade divulgou a seguinte nota: “O pronunciamento sobre o PL 122 é da Igreja Presbiteriana do Brasil, Associada Vitalícia do Mackenzie, feito em 2007, e se encontra em seu site. O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação (sic) feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição."
Manifestação – Organizada pelo estudante de jornalismo Thiago Mattar, a manifestação são será contra a universidade, mas pela liberdade de escolha e de expressão, e não tem conotação de orientação sexual. “Não podemos deixar essa oportunidade passar em branco; vamos demonstrar nossa pluralidade de escolhas sem medo e sem vergonha!”, diz a nota do manifesto.
Segundo o estudante, o chanceler falou em nome do Mackenzie para justificar seu comportamento homofóbico. “Não sou homossexual, acho que muitos não se posicionam publicamente a esse respeito porque têm medo. Entende? Medo. Isso reforça a postura conivente com o assédio moral. Tenho colegas homossexuais, acho que todos têm, não? É normal”, finaliza Mattar.
1 comentários:
Adorei a iniciativa dos estudantes.
Se as igrejas não querem a laicidade no ensino, então que não fundem escolas e faculdades.
Postar um comentário