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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Consulado Português de Belo Horizonte reconsidera e realizará primeiro casamento gay

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Casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado em Portugal


O português Daniel Santos, 29, e seu companheiro, o advogado mineiro Gustavo Franco, 31, se casarão ao meio-dia da próxima segunda-feira no Consulado de Portugal de Belo Horizonte, Minas Gerais, após 4 anos de relacionamento. A data foi finalmente marcada depois de três meses de negativas do cônsul português desta cidade, que alegava não ter sido informado da legalidade da lei por diversas vezes, entre outros argumentos. O casamento gay foi aprovado em junho último em Portugal. A reviravolta se deu por conta de contatos do cidadão português com as autoridades portuguesas que intervieram e fizeram com que a legislação do país fosse cumprida pelo consulado local.

“Nas primeiras vezes que estive lá, disseram-me que ainda havia a necessidade de avaliar a validade da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Fiquei surpreso, já que todas as médias já divulgaram que consulados portugueses estavam a realizar casamentos homossexuais, tendo inclusive havido um no Brasil” afirmou o cientista político que também possui nacionalidade brasileira. O consulado chegou a sugerir que eles se casassem em outro posto consular.

Santos entrou em contato com o Ministério da Justiça e com deputados de seu país, e munido de pareceres técnicos continuou a ter seu pedido ignorado. “Perguntei se esta decisão se referia aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo e, antes mesmo que eu terminasse a frase, o funcionário respondeu-me que “sim, casamentos deste tipo”. Senti-me ultrajado”, desabafou. Em outra ocasião, o próprio cônsul afirmou que apenas em 2011 seria possível dizer sobre a possibilidade de realizar o casamento. Após cogitar viajar para se casar em outro estado ou país, os noivos foram surpreendidos com uma boa notícia.

Esta semana, uma carta e um telefonema pessoal do cônsul André Sopas de Mello Bandeira reverteram o impasse. Com pedido de desculpas, de segundo Santos, o consulado se propôs a realizar a cerimônia na próxima semana. Apesar do prazo curto que tiveram, Daniel e Gustavo ficaram aliviados com a decisão. “É importante mostrar que a gente pode sonhar. Se quer e pode, a lei deve ser cumprida”, afirmou Santos, para a Lado A, por telefone.

Eles já compraram as alianças e a cerimônia terá a presença da mãe de Daniel e dos pais de Gustavo, além de testemunhas convidadas. A lua de mel será apenas em julho do ano seguinte, após a cerimônia religiosa inédita que os dois tiveram autorizada pela Igreja Evangélica que frequentam. Depois de uma festa, os dois pensam em viajar para a capital da Argentina e estender com uma visita a região Bariloche. Eles ainda querem ir juntos a Portugal e conseguir que a legislação brasileira também reconheça a união.
 
Fonte: Revista Lado A

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