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sábado, 13 de novembro de 2010

Estudantes da UFRB criam coletivo com fortes críticas ao movimento LGBT. Veja a carta de apresentação.

2 comentários
Carta de apresentação do Coletivo Aquenda! de Diversidade Sexual

Na UFRB, em especial no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), na cidade de Cachoeira/BA, criou-se um coletivo de estudantes preocupadxs com a diversidade sexual. Aqui, nós resolvemos batizar nosso grupo de Coletivo Aquenda! de Diversidade Sexual. A palavra Aquenda é ambígua, situacional, e é usada no cotidiano das travestis, ou melhor, é uma gíria enraizada na cultura não-heterossexual.

Por que usar Aquenda? Essa pergunta é fruto de muitas discussões entre xs participantes do proeminente grupo. A (des) contextualização do termo é utilizada para revelar, chamar à atenção, exclamar, mas também para esconder, falsear e/ou passar por. Em face disso, esse contexto ambíguo, escorregadio e fluido do termo nos motivou a iniciar o grupo com propostas de questionar as barreiras identitárias do antigo movimento LGBT.

Na UFRB, pretendemos atuar de forma que possamos alcançar o respeito pleno à livre sexualidade. Além disso, queremos buscar a humanidade que é negada cotidianamente aos nossos corpos. Nossa materialidade é considerada como não-importante. Somos seres desviantes, que são jogados na periferia. Mas, não queremos nos assimilar mudando nossas identificações. Queremos desfrutar da periferia que estamos inseridxs. É preciso, portanto, que sejam garantidos acima de tudo nossos direitos civis, humanos. E o Aquenda! surge com a necessidade de que isso seja assegurado.

Aquenda! nos representa em diversos contextos. Se pensarmos que ainda sobrevivemos no entra e sai rotineiro de nossos armários, percebemos que entramos para nos proteger dos intolerantes religiosos, dos homofóbicos e daqueles que podemos chamar de ignorantes. Mas, também entramos para aqueles que pensamos ser nossos pares, nossos iguais.

Dentro do próprio movimento usamos aquenda! Queremos chamar atenção daquelxs que nos oprimem por não seguirmos os modelos de identidade apresentados pelo movimento. Aquenda! Prestem atenção nisso! Devemos mesmo reproduzir o modelo da heteronormatividade? Adotar criancinhas? Sermos monogâmicos?

Nossa proposta é reunir forças com aqueles que se sentem oprimidxs pelo modelo hegemônico de sexualidade, gênero, raça, religião e estilo de vida. Mais uma vez, Aquenda! Iremos dissimular nossos comportamentos. Por que o movimento acha que somos traidorxs? Nós estamos traindo o que? O modelo de identidade ou o modo de vida que nos empurram goela abaixo? As perguntas são tantas, e as repostas também.

Propomos aqui, na UFRB, um espaço de DIVERSIDADE SEXUAL, e não de homonormatividade, como muitos gritam por aí. Às vezes, afirmar sua homossexualidade é muito ofensivo para muitxs. A heterossexualidade também nos apetece porque nem todxs heteros são homofobicxs, e o conceito de diversidade sexual abarca todas as vivências sexuais, independente das relações de poder que as envolve.

Cremos que o espaço das discussões está aberto. E aquendaremos sempre! Pois, não podemos deixar a luta acabar. Enquanto houver homofobia, misoginia e falocentrismo nós não aceitaremos em nossas discussões e propostas que o movimento homossexual dominante demarque qual é a forma “correta” de fazer política. Nossa política é de subverter as lógicas, tornar inteligíveis nossos corpos, que ainda estão presos em leis, discursos e biopolíticas.

Aquendem sempre! Pois aquendar é esconder e revelar...

Coletivo Aquenda! de Diversidade Sexual
Cachoeira, novembro de 2010

2 comentários:

matheus santos disse...

eita, eita, eita, como diria Valerie O'Hara: PEGA FOGO!
Vida longa ao Aquenda!

Anônimo disse...

Bem, "adotar criancinhas", "casamentos monogâmicos" como você mesmo diz, não é um principio fundado da cultura heteronormativa. Gays podem ter filhos, sim, podem casar-se ter uma vida monogâmica, Por que nâo? Axo que o principio da diversidade sexual não é lutar contra isso, mas lutar a favor disso e de outras formas de manifestar as sexualidades...não podemos cair no calque da homogeinização homossexual...enfim num sei se me entendeu..axei o AQUENDA um movimento legal...mas axo que ele peca neste ponto que citei acima...qualquer coisa entre em contato comigo no meu email. lucivandomartimseduc@gmail.com...pretendo organizar um movimento gay na minha universidade.

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