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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Manifestação de protesto contra o assassinato de travestis na Bahia no dia da visibilidade da categoria

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6ª feira, dia 28-1, a partir das 15hs na Praça da Sé, ao lado da Fonte Luminosa

Edição de Marcelo Cerqueira - Editoria Local do site 
 
Milena Passos (D) da Associação de Travestis de Salvador - Atras


 29 de janeiro, tornou-se desde 2004,  o DIA DA VISIBILIDADE TRANS. A data comemora uma campanha publicitária lançada nacionalmente pelo Ministério da Saúde, “Travesti e Respeito”, estimulando  a sociedade brasileira a reconhecer travestis e transexuais como dignas de usufruir plenos direitos de cidadania. Entre estes direitos, o mais elementar: serem tratadas como querem, no feminino.

O politicamente correto é dizer “a travesti” e não “o travesti”, muito menos “traveco”. Elas exigem ser chamadas oficialmente por seu nome social, inclusive na carteira de identidade. As travestis representam a minoria social mais estigmatizada da sociedade brasileira: expulsas de casa, humilhadas na escola, apartadas do mercado de trabalho, alto índice de infecção pelo HIV. Estima-se que devam existir no Brasil por volta de 50 mil travestis e dois mil transexuais,  90% vivendo como profissionais do sexo.

Na Bahia devem oscilar entre mil a dois mil indivíduos, mais de 500 em Salvador. Rara é a cidade, mesmo as menores, que não tenha diversas travestis atendendo clientes na “pista”. Nos jornais, nos anúncios de encontros eróticos, apresentam-se como “bonecas”, geralmente listando seus atributos mais procurados pelos clientes, em sua maioria homens bissexuais.

Travestis e transexuais famosas têm merecido aplausos nos palcos e televisões: Rogéria, Valéria, Roberta Close, Telma Lipp e recentemente falecida, Claudia Wonder. Anos passados, o jogador Ronaldo Fenômeno envolveu-se num nebuloso escândalo com travestis. Recentemente mereceram destaque a trans Lea T, top model da revista Vogue, filha de Toninho Cerezo e Ariadna, a primeira trans a participar do BBB. Salvador conta com sua primeira vereadora transexual, a dançarina Leo Kret, já existindo, na cidade de Colônia do Piauí uma travesti ocupando o cargo de vice-prefeita e vereadora, Katia Tapety. 

Em menor número há também “os” transexuais que nasceram no sexo feminino mas se identificam com o gênero masculino: o mais combativo no Brasil é “Xandão”, ex-presidente da Parada LGBT de SP. Desde 1992 existe  a ANTRA (Articulação Nacional de Travestis), que congrega mais de cinqüenta grupos organizados de trans.
Neste último fim de semana de janeiro, em todas as capitais e principais cidades brasileiras, estarão sendo realizadas manifestações, debates e exposições em comemoração ao Dia das Travestis e Transexuais.

Entre as principais reivindicações do segmento estão o respeito ao nome social feminino nas listas de chamada nas escolas, firmas, hospitais, etc. A travesti Milena Passos, Presidenta da Associação de Travestis e Transexuais de Salvador (ATRAS) lembra também da urgência de “políticas de saúde específicas para prevenção de DST/Aids, com campanhas de esclarecimento sobre uso de silicone e  hormônio e  capacitação da polícia para tratamento mais humano às profissionais do sexo.

Queremos ser chamadas pelo nosso nome feminino em todas as repartições públicas. Cidadania não tem roupa certa, e transexual  também é cidadã!”
 
Segundo Keila Simpson, ex-Presidente da ANTRA, “o principal problema enfrentado pelas travestis é a violência e os assassinatos. Toda semana a imprensa divulga casos de travestis que foram espancadas, roubadas, outras vezes, acusadas sem provas de extorsão dos clientes.” Segundo pesquisa do Grupo Gay da Bahia, entre 1980-2011 foram assassinadas 962  travestis e transexuais em nosso país, uma média de um homicídio a cada 10 dias. Em 2008 foram assassinadas no Brasil  51 travestis, 72 em 2009 e 104 em 2010, um aumento de mais de 100% nos últimos três anos. Os estados mais “transfóbicos” tem sido  Bahia, Paraná, Minas Gerais, Alagoas e Pernambuco.

Em 2010 foram assassinados 15 travestis na Bahia, cinco em Salvador. Crimes contra travestis profissionais do sexo são cometidos predominantemente na rua, “na pista”, altas horas da madrugada, com  armas de fogo e em menor número, facadas e espancamento. Muitos dos assassinos alegam “legitima defesa da honra” e vingança por roubo ou drogas.

Em Salvador, antecipamos este ano para o dia 28 de janeiro, 6ª feira, a celebração do Dia da Visibilidade Trans, realizando uma manifestação de protesto contra a transfobia a partir das 15hs na Praça da Sé, ao lado da Fonte Luminosa.

Para maiores informações e coletiva para imprensa:
Luiz Mott 3328-3782 e Milena  3322-2552 / 8887.3932
Sede do GGB, Rua Frei Vicente, 24 – Pelourinho  

Fonte: site do GGB

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