Trans mineira Giselle Vuitton acusa Fumec de discriminação
Giselle contesta versão da FUMEC e se diz vítima de preconceito
Um aparente caso de preconceito e homofobia envolveu uma universidade em Minas Gerais. Giselle Vuitton, nome social de Heverton C. Souza, de 19 anos, afirma que foi demitida da Fumec/FACE por ser transexual. Giselle exercia o cargo de auxiliar administrativo e trabalhava na instituição de ensino há mais de dois anos. Ela também estuda administração na Universidade.
Giselle, que se considera uma “transexual não operada”, esclarece que desde que começou a se vestir como mulher, a partir de outubro de 2010, começou a sentir preconceito de alguns colegas de trabalho. “Duas semanas após usar um salto alto vermelho, me demitiram. A forma como tudo aconteceu e a rispidez do departamento pessoal na hora da demissão me fez chegar a essa conclusão”, explicou.
A universidade Fumec/FACE esclareceu, através de nota, que a demissão “se deu por motivos profissionais, relacionados ao desempenho no trabalho, considerado, nos últimos meses, como insuficiente”. Na nota, ressalta-se ainda, que “em nenhum momento houve situações de discriminação, exclusão ou mau tratamento”.
A universidade informou na nota que durante o período que ela trabalhou na Fumec/FACE não houve discriminação: “O profissional atuou nesta instituição por mais de dois anos e, assim, se houvesse qualquer preconceito, este se expressaria já no início de sua contratação”.
A nota ainda traz a informação que, junto com Giselle foram demitidos outros dois funcionários: “Na mesma data, inclusive, foram demitidos outros dois funcionários, pelo mesmo motivo: reestruturação administrativa”. Giselle contradiz estes esclarecimentos. Sobre a alegação de mau desempenho ela informou: “Alegaram que era pelo meu mau desempenho no trabalho, mas meu desempenho continuava ótimo, senão, nem teriam me dado uma promoção em agosto de 2010”. Já sobre a demissão de outros funcionários no mesmo período, Giselle observa: “Esses dois funcionários haviam pedido para serem mandados embora”.
Diante do ocorrido, Giselle informou que vai recorrer à justiça. Ela também espera que a visibilidade de seu caso sirva como exemplo: “Espero que as empresas sejam mais evoluídas e tolerantes em relação às diferenças, principalmente as universidades, que deveriam ser um exemplo de respeito às diversidades. Sendo assim, muitas trans poderão ter uma vida digna, trabalhar e deixar de se prostituirem”.
Fonte: Mix Brasil
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