A promotora Cláudia Pegoraro, da 2º Promotoria de Justiça de Jaguarão, afirmou para o jornal O Globo que o estudante Helder dos Santos forjou a denúncia de racismo contra dois policiais para obter a transferência de seu curso para seu estado de origem, a Bahia. Para a promotora, houve sim excesso dos policiais mas o rapaz não compareceu às audiências e não apresentou as provas que dizia ter, como cartas de ameaça com teor racista.
“Ele criou o drama para ser transferido sem prestar vestibular de novo. E vai conseguir”, afirmou a promotora que disse ainda que os policiais detiveram o rapaz, que é militante do movimento negro e gay, por arruaça e que a população está indignada com a imagem que o rapaz divulgou da cidade. O estudante não compareceu na primeira audiência sobre o caso, que deveria ter ocorrido na última segunda-feira e, segundo a promotora, o único documento em posse do Ministério Público é uma carta anônima, de alguém que incentiva o estudante a procurar a Corregedoria da Brigada Militar.
“Virem me falar de racismo? Está cheio de policiais negros que fazem o trabalho muito melhor que os brancos. Não temos casos de racismo na Brigada, mas de abuso de autoridade”, disse a promotora. “Eles perdem a cabeça e dão com o cacetete. Está errado, o policial tem de ser treinado para aguentar. Mas milícia? Viadagem e homofobia, dizem que policial é contra. Mas eu não tenho processo por policial ter agido contra gays ou por racismo”, disse a promotora saindo do sério. A promotora ainda afirmou que chamar alguém de “negão” não é racismo, juridicamente, mas uma injúria racial.
“Ele envolveu todo mundo, faz parte do movimento gay, viu que dá IBOPE. Acredito isso, sinceramente. Ele nunca esteve tão seguro como hoje em Jaguarão. Se ele aparecer com uma unha quebrada vão acusar a Brigada Militar, vão crucificar”, revelou a representante do Ministério Público, mostrando que ela acredita que gays se preocupam em quebrar a unha ou tem unhas compridas. Ela revelou ainda outro caso de homofobia na Unipampa, universidade onde o rapaz cursava História. Um professor negro e gay foi destituído de ser o paraninfo de uma turma depois que três alunas se queixara. O caso foi para a promotoria, que encaminhou o processo ao Ministério Público Federal, já que a instituição é federal.
Fonte: Lado A
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