Foto: Agência Brasil |
Duas semanas após o reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal da união estável entre homossexuais, militantes do movimento gay realizaram nesta quarta-feira 18, em Brasília, a Segunda Marcha Nacional Contra a Homofobia.
Cerca de cinco mil pessoas marcharam por locais importantes da capital para pressionar os parlamentares a aprovar o Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia e que tramita atualmente no Senado.
“Vamos colorir o Congresso e trazer mais paz e amor para essa classe social,” disse o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). A manifestação foi organizada pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e teve como objetivo, segundo os manifestantes, atentar a opinião pública para a realidade de opressão, discriminação e exclusão social enfrentada por homossexuais em todo o mundo.
A concentração ocorreu em frente à Catedral Metropolitana de Brasília, seguida por um ato em frente ao Congresso Nacional.
Por último, os manifestantes deram um abraço coletivo na sede do Supremo Tribunal Federal, em agradecimento à decisão da Corte de reconhecer como legal a união estável homossexual, no dia 5 de maio. A equipe de segurança do Supremo informou que o abraço contou com 1,2 mil participantes - que afirmaram que a corte deu, na decisão, “um ganho de causa ao principio da igualdade, da dignidade humana, da liberdade e da segurança jurídica”.
Kit anti-homofobia
Dentro do Congresso, entretanto, o governo tinha de lidar com as críticas das bancadas católica e evangélica contra a cartilha com conteúdo anti-homofobia, em análise pelo Ministério da Educação. O ministro da Educação, Fernando Haddad, reuniu-se durante a tarde com parlamentares que reagem às políticas em favor dos homossexuais. No encontro, o ministro negou que a cartilha tenha sido distribuída pelo ministério às escolas do país.
O material foi produzido a pedido do MEC e ainda está em fase de análise. Ele lembrou que o “kit homofobia”, como a cartilha ficou conhecida, estava sendo produzido há mais de um ano e foi entregue oficialmente ao ministério na quarta-feira 17. “A partir desse momento, o material é submetido à comissão de publicação e essa etapa ainda não foi feita. A partir de agora, o debate é interno no Ministério da Educação”, destacou Haddad.
A declaração de Haddad é uma resposta a parlamentares da bancada evangélica que fizeram circular pelo Congresso uma cartilha anti-homofobia atribuída ao ministério. “Estão atribuindo ao Ministério da Educação um material que não saiu do Ministério da Educação. Todo o material do MEC está em domínio público”, disse o ministro.
Haddad ressaltou que não vê problemas na participação de parlamentares na análise do material pela comissão de publicação. Deputados evangélicos e católicos pediram para participar da discussão antes da publicação do material.
Fonte: Carta Capital
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