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domingo, 12 de junho de 2011

[ARTIGO] Mãenifesto - Lúcia Barbosa*

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Desde que fui mãe pela primeira vez, há oito anos, tive que encontrar formas de conciliar a maternidade com a militância política. Recentemente, fui mãe pela segunda vez com o nascimento de Marisa, prematura de 8 meses. Levo minha filha para todos os lugares, pois é necessário alimentá-la. Não é para ostentar ou comover as pessoas. Esta é a minha condição, porque Marisa precisa de mim. No dia 20 de maio, em plena cerimônia de posse como secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM/BA), amamentei a pequena (foto). Um gesto natural. Pena que nem todos pensam assim.

Há algumas semanas o tema da amamentação corre alguns noticiários, colunas de opinião e, principalmente, na internet, depois que dezenas de mulheres promoveram um “mamaço público” em São Paulo. A manifestação, mais pacífica impossível, tinha como objetivo chamar a atenção para o direito de amamentar em livre demanda independente do lugar que estiver.

Uma das opiniões mais absurdas que já ouvi em toda minha vida foi a manifestada pelo colunista João Pereira Coutinho, da Folha de São Paulo. O rapaz afirma, em tom irônico, que a amamentação é um ato tão íntimo quanto a masturbação e que, portanto, deveria acontecer de forma enclausurada.

O direito das mães de amamentar em público e não serem julgadas por isso é tão importante quanto a luta para que todas as mulheres tenham  seus direitos garantidos com autonomia econômica, sem violência e com condições para criar seus filhos(as) ou decidir que não serão mães.

Um exemplo importante foi a lei sancionada pelo governador Wagner, que amplia a licença maternidade para seis meses, beneficiando as servidoras estaduais, ação que o setor privado deve seguir. E tão importante quanto esta lei foi a criação da tão esperada SPM/BA.

É chegada a hora de mudar a condição de vida das mulheres. Ações que efetivamente combatam a desigualdade econômica entre homens e mulheres, que acabem todas as formas de violência e por fim garantam o direito à livre amamentação. Melhor para as crianças, melhor para as mães, melhor para sociedade.
 



*Mãe de Vinícius e Marisa; e secretária de Políticas para as Mulheres (SPM/BA)
Publicado originalmente no Portal Bahia Notícias

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