A maioria conservadora da Assembleia Nacional francesa rejeitou nesta terça-feira (14/06) a proposta de lei apresentada pela oposição socialista para legalizar o casamento gay no país.
Os apoiadores da união civil entre pessoas do mesmo sexo obtiveram 222 votos. Neles estavam incluídos todos os deputados de esquerda e alguns de direita. Porém, insuficientes frente aos 293 votos conservadores que fecharam a porta aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
A votação ocorreu quatro dias após os deputados debaterem pela primeira vez o casamento homossexual, depois que um legislador socialista apresentasse uma proposta de lei para legalizá-lo.
Embora a lei não tenha avançado, a repercussão dos debates indica que o tema vai ser um dos mais debatidos durante a campanha das eleições presidenciais do próximo ano.
O parlamentar Patrick Bloche foi um dos principais militantes da iniciativa, e a defendia por acreditar tratar-se de uma forma de "lutar contra as discriminações". "Estamos falando em agregar um novo direito, não de reduzir os direitos dos casais heterossexuais", afirmou Bloche.
Frente a essas demandas, a maioria conservadora e o governo afirmaram que não é possível abrir a "instituição" do casamento nem "alterar sua imagem no inconsciente coletivo", indicou o deputado da UMP (União por um Movimento Popular) Michel Diefenbacher, principal representante da direita e partido do presidente Nicolas Sarkozy.
Esses termos foram os mesmos expressados pelo ministro da Justiça, Michel Mercier, para indicar a oposição do governo à lei.
Entretanto, o debate deixou claro que existe um grupo de parlamentares conservadores favoráveis ao casamento gay. Ele é liderado por Franck Riester, quem multiplicou suas aparições nos meios de comunicação em defesa deste tipo de uniões.
O ex-número dois do governo, Jean-Louis Borloo, garantiu que a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo "pode ajudar a acabar com uma discriminação que é a primeira causa de suicídios entre os jovens franceses".
O debate deixou perceptíveis as posturas radicais contra este tipo de uniões, como a mostrada pela presidente do ultradireitista Frente Nacional, Marine Le Pen, que comparou a legalização do casamento gay com a poligamia.
A deputada da UMP Brigitte Barèges chegou a comparar as uniões de iguais às de animais, o que gerou uma onda de críticas até mesmo de seus correligionários.
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