Arrombador é suspeito da morte

Heydelberg, de azul, ficará preso

Preso quando tentava arrombar um veículo no Caminho das Árvores, Heydelberg Badaró Lima, 46 anos, conhecido como o arrombador do Costa Azul, admitiu ter ido ao Edifício Galera, Corsário, no dia do assassinato do estudante de psicologia Isaac Souza Matos, 24, o que o coloca como suspeito.

Badaró tem um apartamento no mesmo edifício onde ocorreu o crime, mas negou participação no caso. Ele afirmou que teria ido ao local para estacionar o carro e sair para fazer exercícios físicos na orla.

Na noite da última segunda-feira, Isaac foi encontrado morto, a golpes de facas, no 2º andar do edifício. Hipóteses de latrocínio – roubo seguido de morte, homicídio direto ou crime passional estão sendo levantadas, mas até o momento não há pistas concretas. Esta semana, familiares da vítima também prestarão depoimento.

O fato de Heydelberg ter respondido por um homicídio no Rio de Janeiro levou a delegada Andréia Ribeiro, responsável pelas investigações da morte do estudante, a interrogá-lo. “Heydelberg confessa que esteve no local, mas ainda assim não há indício que o incrimine”, afirmou.

O corpo de Isaac foi encontrado pelo companheiro, Gilmaro Nogueira, com quem tinha uma relação de dois anos. A vítima estava caída ao lado da cama, com ferimentos de faca nas costas, tórax e olho direito. O imóvel não foi arrombado e foram levados dois computadores e R$ 170.

Homossexual e militante assumido da causa gay, Isaac pode ter sofrido um crime de homofobia. Os bairros da Boca do Rio e Corsário apresentam alto índice dessa modalidade por possuir bares e restaurantes GLS. Com a morte de Isaac, sobre para 11 o número de homossexuais assassinados este ano na Bahia.

INTIMIDADE - Em entrevista exclusiva à Tribuna, um amigo da vítima que preferiu não se identificar, relatou detalhes do comportamento do estudante e do relacionamento com Gilmaro. Amigos há seis anos, o também universitário defendeu o comportamento pacato de Isaac. “Ele sempre foi muito tranquilo e muito amado pela família. Tínhamos uma amizade muito boa, mas depois que o relacionamento dele começou, nos afastamos bastante”, afirmou.

Segundo ele, Isaac seria incapaz de levar desconhecidos para casa. “Descarto a possibilidade de ele ter sido morto por algum estranho.

Ele era bastante fiel e honesto, jamais levaria desconhecidos para casa”, afirmou.

Fonte: Tribuna da Bahia