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terça-feira, 26 de julho de 2011

Gana: Ministro pede detenção de homossexuais

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O ministro da Região Ocidental de Gana, Paul Evans (foto), pediu à Polícia a detenção de todos os homossexuais nessa região do país, informou nesta sexta-feira a imprensa ganesa. 

"Vamos fazer todos os esforços para nos livrarmos desta gente em nossa sociedade", afirmou Evans, em declarações à Joy FM, uma popular emissora de rádio de Acra. 

O ministro pediu ao Escritório de Pesquisas Nacionais do Serviço de Polícia de Gana que incentive à população a denunciar os gays para que sejam detidos. 

A capital da Região Ocidental, Takoradi, segunda cidade portuária do país, ganhou fama como centro de atração de homossexuais e lésbicas. 

O ministro regional prometeu que qualquer homossexual detido será levado a julgamento. Suas palavras não são novidade, há meses existe uma campanha, incentivada por líderes religiosos, contra os gays em Gana. 

Os comentários do ministro fazem parte de outra campanha, desta vez política, que serão realizadas no país africano em 2011, pois existe uma polêmica sobre o significado de uma cláusula do código penal da Constituição de Gana de 1992, que condena o "conhecimento carnal não natural". 

A Constituição garante os direitos humanos "independentemente da raça, lugar de origem, opinião política, cor, religião, credo e gênero", mas não faz alusão à sexualidade. 

No entanto, o professor de Direito da Universidade Kwame Nkrumah, de Kumasi (centro-sul), Ernest Kofi Abotsie disse que ninguém pode ser detido pela suposta violação da moralidade. 

De acordo com Abotsie, o "conhecimento carnal não natural" tipificado na lei é uma formulação ambígua que não alude necessariamente à homossexualidade. 

Líderes religiosos cristãos de Gana adotaram uma dura postura neste assunto e pediram ao eleitorado que rejeite a qualquer político que tenha essa visão. 

De fato, o Conselho Cristão, que reúne às igrejas ortodoxas de Gana, rotulou nesta semana a homossexualidade de "ato detestável e abominável" que, se conseguir um apoio legal, teria "consequências insuportáveis" para o país.

Além disso, a comunidade muçulmana condenou homossexualidade, que classifica como algo "demoníaco". 

Homossexuais, lésbicas, bissexuais e travestis são tratados como criminosos em inúmeros países da África, onde também são acossados socialmente.

Fonte: Terra

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