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sábado, 24 de março de 2012

Ativistas discutem invisibilidade lésbica e política do esquecimento

1 comentários
Modelo político embrutece o feminino e exige que mulheres pensem como homens machistas

Começou ás 14h e seguiu até ás 18h30 dessa sexta-feira, 23 no auditório da Faculdade Visconde de Cairu o seminário pela eliminação de todas as formas de violências contra mulheres, lésbicas e transexuais na Bahia. Toda à tarde de hoje foi dedicada à discussão sobre gênero e sexualidade, com foco na identidade e representação lésbica em espaços de poder.
As ativistas e acadêmicas Daniela Auad da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (FACED/UFJF), Amélia Maraux atual Superintendente da Educação Básica da Bahia da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Eide Paiva Vice-Coordeandora do Núcleo de Gênero e Sexualidade da Universidade do Estado da Bahia, o NUGSEX-Diadorim-UNEB e a bailarina cearense radicada em São Paulo Yasmim Nóbrega promoveram uma calorosa e participativa discussão do tema proposto pelo painel.
O debate foi pautado na política do esquecimento e a invisibilidade lésbica no enfrentamento à violência de gênero. De acordo com as palestrantes essa política faz com que lésbicas e mulheres se adéqüem a um modelo masculino e muito duro que embrutecem o feminino. A pesquisadora Daniela Auad em sua apresentação pontuou que é preciso que se tome o poder político de quem já estar nele por muito mais tempo, lésbicas, gays, negros e mulheres devem focar para tomar o poder das mãos dos homens que o detém há muito tempo, são muito deles machistas e privilegiados pelo teflon em uma alusão a frigideira no sentido de que aos homens nada cola diferente das mulheres que podem ter a sua carreira política destruída por usar uma frase dita. Como ilustração do “Teflon” ela citou o famoso “relaxa e goza” proferido pela então Ministra Marta Suplicy que foi hostilizada publicamente por usar a frase em analogia a situação do apagão aéreo, já por outro lado ela citou Fernando Collor de Mello que hoje é Senador da República e mesmo ele tendo sido alvo de acusações sérias, nada colou na imagem política.
Ainda destacou-se que poucas são as mulheres que ascendem na carreira política sem usar a força do marido que já é político. Salvas exceções muitas dessas mulheres acabam reproduzindo padrões e modelos machistas em sua ação política. Por outro lado as demais que não são “acessas” pelo poder do marido são vítimas de campanhas caluniosas em relação as suas vidas privadas e amorosas, sofrendo citações desrespeitosas proferidas por machistas.
O debate da tarde foi muito participativo e ao final das apresentações abriu-se platéia fazer perguntas a mesa. A paulista Márcia Cabral questionou a mesa declarando preferir em alguns casos um homem feminista a uma mulher machista, segundo ela só pelo fato de ela ser do gênero feminino não lhe garante uma atuação em defesa das mulheres. Ativista lésbica e coordenadora do Grupo Minas de Cor em São Paulo fez analogia a presidente Dilma Rousseff que em sua opinião não se assemelha ao gênero feminino. Cabral disse ainda que não basta ter um “órgão” feminino é preciso viver e sentir-se como mulher, ainda se referindo a presidente fez comparação com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, Lula que em sua opinião mesmo sendo homem foi mais feminino e feminista em sua atuação como presidente nos dois mandatos.
Após os calorosos debates formou-se a mesa de encerramento do evento com as presenças da professora Eide Paiva, Osvaldo Fernandez e Luiz Mott, fundador e presidente de hora do GGB ainda fez uso da palavra representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) Bahia. Nas considerações finais Luiz Mott destacou a importância em caminhar juntos para combater o inimigo que existe lá fora. A professora Eide Paiva destacou que o evento abriu um novo espaço para uma interlocução direta e envolvimento do feminino nas suas variações e na luta contra o machismo que oprime e violenta a todas as mulheres. “Existe uma página em branco, que precisa ser escrita a partir de agora”, disse a professora.  O evento foi uma realização do GGB em parceria com o Diadorim e teve apoio da (SPM) através do edital público Março Mulher.

Leia a matéria sobre o primeiro dia clicando aqui.
Fonte: GGB

1 comentários:

Anônimo disse...

parabéns pela inciativa!!espero que outros venha aser realizado pela visibilidade lesbica e trans e todas travestis da Bahia !!muito importante esta inciativa!!!

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