DOIS TERÇOS


Dois Terços – Neste 8 de março foi celebrado o Dia Internacional da Mulher. Quais avanços você celebraria nesta data especial?
Sandra Munhoz - Bom, o primeiro avanço é que temos uma mulher presidente. O Brasil nunca esperou essa avanço. O outro é a luta do Movimento de Mulheres e Feministas com a Lei Maria da Penha, com a qual demos um passo longo. Claro que temos que lutar para que a Lei se implante na prática porque ainda temos muitas lacunas, mas estamos de olho… Apesar de tudo, na hora que as coisas apertam, o movimento se um une e vamos todas para luta.
DT – Nos últimos anos, as mulheres conquistaram e vêm conquistando cada vez mais espaço na sociedade mesmo com todo preconceito ainda existente. O que você acha sobre isto?



DT – Tanto se sonhou em ter uma mulher no comando do Brasil, principalmente pela comunidade LGBT, porém a gestão da presidenta não tem agradado nem um pouco à comunidade gay brasileira. Você acredita que falta sensibilidade no governo Dilma às questões LGBTs?
SM - Bom, por isso votei em Dilma. Meu sonho de ter uma mulher presidente do Brasil está realizado, mas temos que pensar que devemos é fazer barulho e muita pressão. Ninguém é ingênuo aqui de pensar que quando colocamos Dilma na Presidência ia ser fácil, porque não adianta colocar Dilma lá e ter Crivella, Bosanaro e outros e achar que está tudo resolvido. Ela governa o país e não o nosso movimento LGBT. O nosso movimento tem que é fazer um esforço de fiscalizar esses que estão lá, e tentar colocar nosso bloco LGBT na rua para fazer mobilização. E também pressionar pessoas nessas cadeiras que têm compromisso mesmo com nossas lutas LGBT.
DT – Até hoje já somam mais de 120 candidatos LGBTs para próximas eleições. Você faz parte destes números?
SM – Não, eu não vou me preparar mais para o futuro agora, faço um esforço para colocar que temos que ter gente comprometida com nossas lutas e causas LGBT. Eu estou nessa luta para ajudar um mandato que tenha esse compromisso.
DT – O GGB completou neste mês 32 anos de história nas lutas em prol da comunidade gay da Bahia. Você acredita que falta espaço para as mulheres na entidade?
SM - Bom, eu acho que que não devemos negar a história do GGB. Foi uma entidade que contribuiu muito para o movimento naquela época isso não podemos negar. Mas, agora, as coisas mudaram e as pessoas pensam diferente. Quando uma entidade não está preparada para ter esse olhar, aí quem perde somos nós do movimento. E as lésbicas e mulheres bissexuais podem e devem seguir seus caminhos. Somos livres para andar com nossas próprias pernas e decidir quem ou qual entidade e movimento melhor nos representa. Só acho que devemos nos unir mais pois temos muitos inimigos lá fora…
DT – Quais são as entidade de defesa das mulheres lésbicas na Bahia?
SM - Bom, tem algumas que conheço que se organizam por ai: Lesbibahia, Felipa de Souza, Liga Brasileira de Lésbicas, Lilás, Rede Afro, Amuleto, e grupos das universidades como Aquenda, Kiu, nós aqui do Movimento de Lésbicas e Mulheres Bissexuais da Bahia, filiado à Articulação Brasileira de Lésbicas. Estamos nascendo e nos organizando e outras que estão se agrupando que às vezes nem conheço porque a Bahia é grande.
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