A assembléia geral da ABEH, realizada na noite de sexta-feira (dia 3/08), elegeu a nova diretoria para o mandato 2013/2014, aprovou uma carta aberta às autoridades brasileiras, a ser enviada para a presidenta Dilma Rousseff, aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e ao Ministro da Educação. Além disso, ainda foi realizada uma avaliação do mandato da atual diretoria e do VI Congresso, realizado na Universidade Federal da Bahia nos dias 1º, 2 e 3 de agosto.
A nova diretoria da ABEH será composta por: Márcio Caetano (Universidade Federal de Rio Grande), Fernando Seffner (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Marina Riedel (Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul), Eduardo Saraiva (Universidade de Santa Cruz do Sul), André Musskopf (Faculdades EST) e Paula Sandrine (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). O próximo congresso da ABEH, em 2014, será no Rio Grande do Sul. A assembléia autorizou que as pessoas eleitas ainda definam, nos próximos dias, os cargos de cada um dos nomes eleitos. A equipe também poderá definir a cidade e data do próximo congresso, em função da necessidade de avaliar a situação por causa da realização da Copa do Mundo em 2014. A chapa propôs, e a assembléia aprovou, que o tema do VII Congresso será a educação.
A carta aberta a ser enviada para as autoridades brasileiras, que em breve será divulgada na íntegra, solicita a implantação imediata das políticas públicas para o respeito à diversidade sexual e de gênero no Brasil já elaboradas desde a 1ª Conferência Nacional LGBT. Um destaque especial será feito para o Ministério da Educação, para que crie e implante, efetivamente, um amplo projeto de combate aos preconceitos em relação às orientações sexuais e identidades de gênero nas escolas brasileiras. Na carta, a ABEH também se posiciona oficialmente a favor da campanha pela despatologização das identidades trans, solicita a aprovação de uma lei de identidade de gênero nos moldes da Argentina e conclama os parlamentos a aprovarem os projetos que ampliam os direitos da população LGBT no Brasil e a rejeitarem qualquer proposta que cause retrocesso em determinadas conquistas, a exemplo da tentativa de repatologizar a homossexualidade.
A carta ainda pede que as autoridades não sejam cúmplices dos ataques ao estado laico no Brasil e que as pesquisas sobre diversidade sexual e de gênero recebam mais recursos pelos órgãos de fomento em nosso país. A assembléia também aprovou uma carta de desagravo ao MEC por ter prometido e posteriormente retirado o apoio financeiro ao VI Congresso.
Mandato
Na avaliação do mandato da atual diretoria, o presidente da ABEH, Leandro Colling, listou uma série de ações realizadas desde o início de 2011, a exemplo da criação do site institucional da associação, a retomada, ampliação e criação de novas redes de pesquisadores/as através da redes sociais, a conquista de uma vaga da ABEH no Conselho Nacional LGBT e o trabalho desenvolvido neste órgão, além de uma série de posicionamentos políticos oficias da ABEH em torno dos temas relacionados com a sexualidade, a realização de eventos da ABEH na Universidade Federal da Bahia e a participação da diretoria em eventos em outras cidades.
Colling disse ainda que tentou captar recursos, sem sucesso, para realizar eventos itinerantes da ABEH em outras universidades. A campanha de filiação também foi lançada, mas poucos pesquisadores/as atenderam ao chamado. “Esse será um dos desafios da nova direção, o de ampliar o número de filiados e de realizar mais eventos menores, para além do grande congresso a cada dois anos”, disse Colling.
Na avaliação do VI Congresso, o presidente lembrou que o tema foi aprovado na assembléia de Natal, em dezembro de 2010, e que a ABEH organizou sete mesas no evento: uma sobre os estudos realizados no Brasil, outra sobre estudos na América Latina, uma sobre as relações entre a academia e os movimentos sociais, outra sobre a despatologização das identidades trans, sobre lesbianidade, literatura e educação. “Os duas primeiras mesas diziam respeito ao tema do congresso. As demais foram demandas dos próprios pesquisadores. Resolvemos homenagear a literatura porque é a área em que a ABEH foi criada e montamos uma mesa sobre educação por causa da grande procura dos educadores ao nosso VI Congresso”, justificou Colling.
O presidente explicou que na definição dos nomes dos convidados foi levado em consideração um critério geral: o de convidar ao máximo pessoas que nunca falaram nos congressos anteriores da ABEH. Colling ainda explicou como foi montada a comissão científica, composta por 36 pesquisadores/as, responsável pela seleção dos 430 trabalhos (do universo de 700 propostas enviadas) apresentados no VI Congresso. “Nós apenas criamos os dez eixos temáticos e escolhemos quem iria coordenar cada eixo. Os demais integrantes foram selecionados por cada coordenação”, disse.
De um modo geral, os participantes do VI Congresso elogiaram o trabalho da atual diretoria e do VI Congresso. “Estou muito satisfeito com o trabalho, temos recebido muitas felicitações. Fizemos o maior congresso da história da ABEH, com 750 pessoas inscritas, com muita qualidade e organização, ampliando um diálogo com os movimentos sociais e discutindo academica e politicamente”, avalia Colling.
Fonte: ABEH
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