A assembléia geral da ABEH, realizada na noite de sexta-feira (dia 3/08), elegeu a nova diretoria para o mandato 2013/2014, aprovou uma carta aberta às autoridades brasileiras, a ser enviada para a presidenta Dilma Rousseff, aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e ao Ministro da Educação. Além disso, ainda foi realizada uma avaliação do mandato da atual diretoria e do VI Congresso, realizado na Universidade Federal da Bahia nos dias 1º, 2 e 3 de agosto.


A carta aberta a ser enviada para as autoridades brasileiras, que em breve será divulgada na íntegra, solicita a implantação imediata das políticas públicas para o respeito à diversidade sexual e de gênero no Brasil já elaboradas desde a 1ª Conferência Nacional LGBT. Um destaque especial será feito para o Ministério da Educação, para que crie e implante, efetivamente, um amplo projeto de combate aos preconceitos em relação às orientações sexuais e identidades de gênero nas escolas brasileiras. Na carta, a ABEH também se posiciona oficialmente a favor da campanha pela despatologização das identidades trans, solicita a aprovação de uma lei de identidade de gênero nos moldes da Argentina e conclama os parlamentos a aprovarem os projetos que ampliam os direitos da população LGBT no Brasil e a rejeitarem qualquer proposta que cause retrocesso em determinadas conquistas, a exemplo da tentativa de repatologizar a homossexualidade.
A carta ainda pede que as autoridades não sejam cúmplices dos ataques ao estado laico no Brasil e que as pesquisas sobre diversidade sexual e de gênero recebam mais recursos pelos órgãos de fomento em nosso país. A assembléia também aprovou uma carta de desagravo ao MEC por ter prometido e posteriormente retirado o apoio financeiro ao VI Congresso.
Mandato
Na avaliação do mandato da atual diretoria, o presidente da ABEH, Leandro Colling, listou uma série de ações realizadas desde o início de 2011, a exemplo da criação do site institucional da associação, a retomada, ampliação e criação de novas redes de pesquisadores/as através da redes sociais, a conquista de uma vaga da ABEH no Conselho Nacional LGBT e o trabalho desenvolvido neste órgão, além de uma série de posicionamentos políticos oficias da ABEH em torno dos temas relacionados com a sexualidade, a realização de eventos da ABEH na Universidade Federal da Bahia e a participação da diretoria em eventos em outras cidades.
Colling disse ainda que tentou captar recursos, sem sucesso, para realizar eventos itinerantes da ABEH em outras universidades. A campanha de filiação também foi lançada, mas poucos pesquisadores/as atenderam ao chamado. “Esse será um dos desafios da nova direção, o de ampliar o número de filiados e de realizar mais eventos menores, para além do grande congresso a cada dois anos”, disse Colling.
Na avaliação do VI Congresso, o presidente lembrou que o tema foi aprovado na assembléia de Natal, em dezembro de 2010, e que a ABEH organizou sete mesas no evento: uma sobre os estudos realizados no Brasil, outra sobre estudos na América Latina, uma sobre as relações entre a academia e os movimentos sociais, outra sobre a despatologização das identidades trans, sobre lesbianidade, literatura e educação. “Os duas primeiras mesas diziam respeito ao tema do congresso. As demais foram demandas dos próprios pesquisadores. Resolvemos homenagear a literatura porque é a área em que a ABEH foi criada e montamos uma mesa sobre educação por causa da grande procura dos educadores ao nosso VI Congresso”, justificou Colling.
O presidente explicou que na definição dos nomes dos convidados foi levado em consideração um critério geral: o de convidar ao máximo pessoas que nunca falaram nos congressos anteriores da ABEH. Colling ainda explicou como foi montada a comissão científica, composta por 36 pesquisadores/as, responsável pela seleção dos 430 trabalhos (do universo de 700 propostas enviadas) apresentados no VI Congresso. “Nós apenas criamos os dez eixos temáticos e escolhemos quem iria coordenar cada eixo. Os demais integrantes foram selecionados por cada coordenação”, disse.
De um modo geral, os participantes do VI Congresso elogiaram o trabalho da atual diretoria e do VI Congresso. “Estou muito satisfeito com o trabalho, temos recebido muitas felicitações. Fizemos o maior congresso da história da ABEH, com 750 pessoas inscritas, com muita qualidade e organização, ampliando um diálogo com os movimentos sociais e discutindo academica e politicamente”, avalia Colling.
Fonte: ABEH
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