Associação Beco das Cores participa de Acampamento de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Bahia

Andreza Almeida e Wesley Francisco

Coordenadora de Movimentos Sociais e Diretor Geral da Associação Beco das Cores

Da esq. para a direita: Gabriel Oliveira (Secretário Estadual da JPT/BA), Vinícius e Wesley (Beco das Cores), Valmir Assunção (Secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Governo da Bahia), Ivan Alex (Direção do PT/BA) e Marcelino Galo (Superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura na Bahia)

Com informações do sítio do MST: www.mst.org.br
Fotos: Centro de Mídia Independente e Grazziele Duda

Aconteceu em Salvador, dos dias 05 a 08 de março, o 10° Acampamento de Trabalhadoras Rurais e Indígenas na Bahia. O evento fez parte das atividades do mês de março, tradicionalmente o mês de luta das mulheres em todo o mundo. A Associação Beco das Cores participou ati­vamente da construção e realização desse Acampamento. 

Participaram do evento mulheres trabal­hadoras rurais do MST, do Movimento de Trabalhadores Acampados e Assentados da Bahia (CETA) e indígenas. Também estiver­am presentes mulheres quilombolas, tra­balhadoras urbanas, mulheres intelectuais e lésbicas e bissexuais. Foram mais 1200 participantes de todo o estado da Bahia. 

No primeiro dia de acampamento, elas realizaram uma análise de conjuntura, que contou com a participação de duas compan­heiras indígenas do MST de Cochabamba, Bolívia. As mulheres também fizeram uma plenária sobre violência contra a mulher, que contou com a presença de Nalu Faria, da Marcha Mundial de Mulheres e outro de­bate sobre soberania alimentar. Os dois te­mas foram também debatidos nas 55 ofici­nas realizadas durante toda a quarta-feira. “Foram espaços muito ricos, com a presença de vários movimentos de mulheres. A par­ticipação das companheiras foi muito posi­tiva”, avaliou Célia Alldridge, voluntária que atua no setor de gênero do MST na Bahia. 

A parte lúdica, ficava para o período da noite, com apresentação de sambadeiras do quilombo de Pau Grande, no Litoral Norte, e da banda pernambucana Casas Populares. Ainda teve forró e recital de poesias. 

A Associação Beco das Cores fez-se pre­sente desde o início da construção do Acam­pamento, através de sua Diretoria de Movi­mentos Sociais. Buscamos com isso também inserir o debate de gênero, com recorte de orientação sexual e identidade de gênero entre as trabalhadoras presentes. Também contribuímos com a recepção e acomoda­mento das bandas, preparação do camarim e ajuda com a cobertura do evento. 

Na segunda-feira, dia 08 de março, uma grande passeata percorreu as ruas do cen­tro de Salvador. Na frente mulheres indíge­nas, seguidas por centenas de mulheres do MST. Também compareceram em grande número as mulheres do Território da Paz, muito animadas e com gritos politizados. 

Levamos a bandeira do arco-íris, sím­bolo do movimento LGBT e puxamos gri­tos como: “A nossa luta é todo dia, contra o machismo e a homofobia”. No final esse grito foi puxado no carro de som, no ato de encerramento, realizado na Praça Municipal de Salvador. Integrantes da Beco das Cores encontraram-se com Valmir Assunção, Secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Governo da Bahia, responsável pela portaria que reconhece o nome social de travestis e transexuais no âmbito da assistência social, e com Marce­lino Galo, Superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura na Bahia, apoiador da causa LGBT e um dos principais interlocu­tores do movimento LGBT junto ao governo da Bahia.

Fonte: Associação Beco das Cores