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terça-feira, 20 de abril de 2010

Evento Internacional discute vulnerabilidade ao HIV de homossexuais com deficiência

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“Homossexuais com deficiência sofrem dupla exclusão social. Isso representa um acréscimo de vulnerabilidades, inclusive às DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), ao HIV e às hepatites virais". Foi o que afirmou o ativista do movimento de aids Beto Volpe durante discussões sobre a sexualidade desse público, realizadas na nona edição da Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade. O evento ocorreu entre os dias 15 e 18 em São Paulo.

O presidente do Grupo Hipupiara contou que se descobriu com HIV em 1989. ”Na época era uma sentença de morte. Muitos amigos se afastaram de mim, abusei das drogas e, sete anos depois, estava em estado terminal pesando menos de quarenta quilos”. A luta de Volpe pela vida começou em 1996, quando os remédios antiaids passaram a ser assegurados gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A luta foi difícil. Incluiu cerca de 15 cirurgias por causa de uma série de doenças ocasionadas pela utilização dos antirretrovirais, entre elas câncer.

“No meio gay a aparência é muito complicada. A partir do momento que eu passei a usar bengala por causa das próteses que tenho nas pernas, minha quantidade de parceiros sexuais diminuiu”, contou. “Mas a qualidade aumentou.”

Prevenção
Há 11 anos no movimento de aids e aproximadamente cinco militando pelo combate da doença junto a pessoas com deficiência, Beto Volpe elogiou a iniciativa do Ministério da Saúde de realizar o I Seminário Nacional sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos e Pessoas com Deficiências, no ano passado, e o lançamento de um livro sobre o tema durante a Feira Internacional. “Faltam informações sobre as ações pontuais pela causa realizadas em diferentes estados para que haja uma articulação entre elas”, avaliou.

Em entrevista à Agência de Notícias da Aids no início do ano, a integrante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas Cida Lemos (foto), afirmou que existem poucas ações de prevenção às DST e de forma mais específica ao HIV/aids voltadas às pessoas com deficiência. “Por um lado compreendo a dificuldade de realizar prevenção com esse público. Mas, por outro, o baixo número de ações não tem justificativa.”

Cida defendeu a criação de um Centro de Referência para as pessoas que possuem necessidades especiais.  "Quando elas perguntam para o médico questões relativas à sexualidade, geralmente ele ri e pede para deixar o assunto de lado", criticou.

Segundo ela, a sociedade - incluindo as pessoas com deficiência - acredita que aqueles que possuem necessidades especiais não podem exercer a sexualidade.

Em relação a este assunto, Beto Volpe elogiou a novela Viver a Vida, da Rede Globo, em que a personagem Luciana, que é tetraplégica, teve relação sexual como namorado Miguel, que não possui deficiência. "A novela está prestando um grande serviço". A cena foi antececida por diversas dicussões sobre o tema.

Segundo o IBGE, cerca de 15% da população do Brasil possui deficiência.

Fábio Serrato


Fonte: Agência de Notícias da AIDS

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