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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Porto Alegre: Associação de travestis recebe ameaças de supostos skinheads

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Através de telefonemas, grupo afirma que tumultuará a 14ª Parada Livre Porto Alegre

Marcele Malta deve registrar ocorrência policial


A sede da Igualdade Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul recebeu ameaças por meio de telefonemas anônimos de pessoas que se dizem ser skinheads homofóbicos. Elas prometeram tumultuar a 14ª Parada Livre Porto Alegre 2010, que ocorrerá no Parque da Redenção, a partir das 14h deste domingo.

Após o Seminário “Sexualidade tem todas as cores”, que ocorre no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), na tarde desta terça-feira, a presidente da entidade, Marcele Malta (foto), registrará ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia. Nesta quarta-feira, ela enviará ofício ao Comando de Policiamento da Capital solicitando reforço de efetivo, a fim de evitar tumultos e constrangimentos aos participantes do evento.

“Não desejamos que ocorra algo semelhante ao registrado ao término da Parada Gay do Rio de Janeiro, quando um jovem de 19 anos foi baleado”, salientou. Marcele afirmou que, em outra edição da Parada Livre, neonazistas afixaram cartazes em postes da rua José do Patrocínio, bairro Bom Fim, pedindo morte aos gays. Ela resolveu recorrer aos órgãos de segurança pública por precaução. No entanto, considera improvável a possibilidade de um ataque de skinheads. “Quem faz ou quer fazer não manda recados por telefone”, disse.

O presidente do Nuances - Grupo pela Livre Expressão Sexual, Célio Golin, lamentou a homofobia na sociedade brasileira. “Além do episódio do Rio de Janeiro, recentemente cinco jovens agrediram três homossexuais na avenida Paulista, em São Paulo”, recordou. Segundo ele, embora os acusados tenham alegado provocação para os ataques, a justificativa contraria a versão das vítimas e das testemunhas. “Os ataques tiveram motivação homofóbica”, sentenciou.

Golin defende a necessidade de políticas públicas que possibilitem frear a violência motivada pela orientação sexual das vítimas. Por outro lado, admite que o quadro está melhor. “Até as abordagens policiais envolvendo travestis estão humanizadas”, atestou.

Muitos direitos foram obtidos pelos homossexuais brasileiros. Marcele revelou que 150 cirurgias de transgenitalização custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já foram realizadas pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre. “Há 300 pessoas aguardando em lista de espera para transformação do masculino para o feminino e quatro do feminino para o masculino”, disse. Nos procedimentos de transgenitalização do feminino para o masculino, está inclusive assegurada a remoção das mamas e do aparelho reprodutor. “Também estamos empenhados para ampliar as adoções legais no país”, frisou. 

Fonte: Correio do Povo

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