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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Integrante do Coletivo Aquenda escreve sobre experiência no IV Seminário do Fórum

1 comentários
Júlio Cesar, no centro, sorri para a foto


Entre os dias 16 e 19 de dezembro de 2010, ocorreu o IV Seminário de Fortalecimento do Fórum Baiano LGBT, na cidade de Santo Antônio de Jesus. Lá, em SAJ, muitas discussões foram realizadas, mas minhas palavras estarão circunscritas no âmbito da academia e dos movimentos sociais. Muitos sabem que sou integrante do Coletivo Aquenda! de Diversidade Sexual da UFRB, e que tenho a posição de questionar os movimentos hegemônicos LGBT. Fiz algumas intervenções concretas na mesa de “Feminismos e Lesbiandade” ministradas por Virginia Nunes (Lilás), Suely Messeder (Diadorim-UNEB) e por uma militante de codinome Vida. Questionei à mesa sobre os discursos do ser Mulher e ser lésbica, a partir da provocação de Monique Witting que proclama o desligamento do conceito Mulher da experiência lésbica. Minhas palavras transtornaram os presentes na plenária.

Como integrante de um coletivo que busca compreender e questionar as lógicas que regem os gêneros e as sexualidades, buscando o respeito e a livre expressão das sexualidades, quero deixar claro que não devemos reiterar os discursos de “Academicistas (queers) X Ativistas (movimentos sociais)”. Contribuir com esses discursos só vai rachar ainda mais o movimento, os estudos sobre as vivências não-heterossexuais e as propostas de políticas públicas em âmbito estadual e nacional.

Devemos compreender que as teorias e pensamentos da academia (Universidades e escolas de ensino superior) contribuíram, no decorrer da história, na construção de discursos que nos deslegitimam na sociedade. Hoje, com o aumento dos estudos gays, lésbicos e queers, estamos em espaços de poder, buscando revelar os sistemas de opressão que existem fora e dentro do movimento LGBT na Bahia e no Brasil. Por isso, penso que minhas intervenções caracterizam um conflito que não deve permanecer entre nós (acadêmicos e ativistas), porque acredito que a prática social é respaldada pela teoria. Quando encontramos gays afetados, lésbicas masculinizadas, travestis que lutam pelo empoderamento e conscientização da cidadania, percebo muito das minhas leituras, vale ressaltar o local da minha fala. Sou homossexual, negro, pobre, pesquisador queer essas posicionalidades me colocam em espaços de conflito e enfrentamento. Por isso, falas como: “são acadêmicos, brancos e de classe média”, não soam como verdadeiras.

O Coletivo Aquenda! de Diversidade Sexual da UFRB tem a posição de diálogo, e não  quer brigar com os parceiros (Fórum Baiano LGBT) e demais movimentos. Como na premissa construtivista: “a união faz a força”, e a nossa luta é contra a homofobia. Dessa forma, aguardamos futuros encontros com a diversidade de pessoas, lugares, culturas e ideologias.

Julio César Sanches – Integrante do Coletivo Aquenda! de Diversidade Sexual

Cachoeira, 20 de dezembro de 2010

1 comentários:

Anônimo disse...

“Minhas palavras transtornaram os presentes na plenária” é uma auto proclamação ufanista. Vaidade, prepotência e arrogância são características deste tipo de comportamento que contamina os militantes gays, lésbicas e negros numa espécie de compensação ao racismo, machismo e homofobia.

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